<p>Mau tempo marcou o arranque do período oficial dos saldos de Inverno e prejudicou o negócio de rua. Comércio espera pela vinda dos espanhóis.</p>
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Apesar de ter começado ontem, segunda-feira, a época oficial de saldos - que se prolonga até 28 de Fevereiro -, não pode dizer-se que o momento tenha sido particularmente notado nas ruas e centros comerciais da cidade do Porto.
Na rua, o mau tempo não ajuda a chamar clientes e as lojas estão, salvo raras excepções, com pouco movimento. Nos centros comerciais, refúgio já normal dos consumidores em dias de dilúvio, há mais movimento, mas cerca de metade das lojas adiou o início dos saldos para a próxima semana.
"Há dois motivos para esse adiamento", enumerou Susana Barbosa, da Arneto, na Rua de Santa Catarina, que ainda não entrou em saldos. "Primeiro, era uma falta de respeito para com o cliente que fez compras de Natal na semana passada. Se, agora, encontrasse o que comprou com 50% de desconto, deixava de fazer compras em época normal. Segundo, já temos promoções há umas semanas e os preços são equivalentes aos que as outras lojas têm em saldos", argumentou, comentando, ainda, que "nunca houve um Natal tão mau em vendas como este".
Apesar de "as expectativas dos comerciantes serem extremamente baixas", como revelou Vasco de Mello, da União das Associações do Comércio e Serviço, há que não perder a esperança, quanto mais não seja nos espanhóis. A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) lançou uma campanha em Espanha, chamando os consumidores vizinhos a fazer compras em Portugal - já que a troca de prendas só se realiza em Dia de Reis, podendo aproveitar os saldos portugueses.
Aliás, também para as marcas espanholas presentes no nosso país, tal como a Blanco, o negócio parece correr de vento em popa: "Em dez anos que trabalho aqui na Blanco, nunca tivemos um Natal tão movimentado e com tantas vendas", revela a gerente Joana Gomes. "Até este ano, as pessoas compravam acessórios, coisas baratas para oferecer. Este ano, já se fizeram compras maiores, muitos casacos e outros artigos mais caros", acrescentou. Para os saldos "pouco vai ficar", tal o êxito que têm tido as promoções constantes naquela loja, em plena Rua de Santa Catarina, no Porto. À espera da "loucura" e porque "houve imensos furtos na época de Natal", o segurança contratado vai manter-se à porta, para "intimidar e ajudar a controlar" o mar de gente que invade a loja por estes dias.
Com menos movimento, mas ainda já a atender clientes típicos dos saldos, a sapataria "A Gata", na referida artéria, registou um "Natal normal, um bocadinho melhor do que no ano passado", segundo a funcionária Rita Vidinha.