Primeira das 12 estações ultrarrápidas fica em Castelo Branco e coloca 100 quilómetros na bateria em cinco minutos.
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É junto à estação de comboios de Castelo Branco que é esta sexta-feira inaugurado o primeiro posto de carregamento ultrarrápido com dinheiro do Estado.
Com potência de 150 kWh, esta estação terá uma tomada para colocar 100 quilómetros de autonomia a cada cinco minutos de carga. A inauguração antecipa o virar da página dos dinheiros públicos na introdução da mobilidade elétrica em Portugal.
"Estamos no fim do investimento público para o carregamento elétrico", assinalou ao JN/Dinheiro Vivo o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes.
O posto de Castelo Branco faz parte de um pacote de três milhões de euros do Estado para a mobilidade sem emissões em Portugal e que integra o Programa de Estabilização Económica e Social, anunciado em junho do ano passado, após a primeira vaga da pandemia.
O investimento divide-se em três fatias: um milhão de euros para a instalação de 12 postos de carregamento ultrarrápidos; 1,75 milhões de euros para a criação de 10 hubs de carregamento; os restantes 225 mil euros foram utilizados para desenvolver uma nova plataforma para a entidade gestora da rede, Mobi.E.
Os postos de carregamento ultrarrápidos são pagos pelo Estado, mas concessionados a entidades privadas por dez anos, garantindo o retorno do investimento.
As estações de Beja, Bragança e Castelo Branco já foram adjudicadas à Iberdrola. Há outras nove cidades que vão receber estas instalações: Évora, Guarda, Portalegre, Portimão, Santarém, Setúbal, Sintra, Viana do Castelo e Vila Real.
Dupla tentativa
O Estado, contudo, teve de dar um choque no projeto. "Nos restantes postos abrimos um novo concurso", assume Matos Fernandes.
Na primeira tentativa, não foram cumpridos todos os critérios do concurso, como a qualidade do posto, o preço de venda da eletricidade e a renda paga à Mobi.E.
Na segunda oportunidade, "há propostas válidas para todos os postos". O ministro espera que os restantes carregadores ultrarrápidos sejam ligados até final do ano.
"É um investimento da maior importância: os carregadores que foram adjudicados ficam em municípios do Interior, que não tinham este tipo de postos", nota.
Também até ao final deste ano serão ligados os dez hubs de carregamento, localizados em Almada, Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Loulé, Loures, Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Viseu.
Cada um destes espaços permitirá o carregamento simultâneo de 18 veículos e será constituído por um posto ultrarrápido (150 kWh), três rápidos (50 kWh) e cinco normais (22 kWh).
Nos dez hubs, o processo é mais complexo. "Fizemos um concurso e selecionámos quatro empresas para a instalação destes hubs. Agora, estamos à espera que as autarquias nos digam qual será o local preciso dos postos", explicou o ministro.
Depois disso, o equipamento será montado para ser explorado por outras empresas, o que implica um novo concurso.