A empresa de componentes para calçado Siaco, de S. João da Madeira, suspendeu, esta segunda-feira, o contrato de trabalho a 19 dos seus cerca de 150 operários, procurando dessa forma evitar despedimentos motivados pela quebra nas encomendas.
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O processo de suspensão temporária do contrato de trabalho (lay-off) tem sido faseado, arrancou em fevereiro e envolve um total de 55 pessoas, mas esta segunda-feira foi o dia em que mais operários entraram em lay-off, sendo que aos 19 agora dispensados se deverão juntar ainda outros dois, em abril.
Para a dirigente do Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra, "o lay-off é a forma que a empresa diz ter encontrado para evitar despedimentos coletivos e conseguir manter a competitividade", devendo-se a situação de dificuldade da Siaco "à quebra nas encomendas e à falta de trabalho".
Fernanda Moreira refere que já não é a primeira vez que a empresa recorre à suspensão de trabalho nos últimos anos e recorda que "o argumento utilizado é sempre o da falta de encomendas".
Vários trabalhadores da empresa garantiram que não há salários em atraso. Depois de um comício com Jerónimo de Sousa à entrada da Siaco, os operários em causa lamentavam o recurso ao lay-off, mas admitiam: "Pagam-nos muito pouquinho, mas pagam sempre certinho e a horas. Disso, não temos razão de queixa".
A suspensão só afeta determinados departamentos de produção, mas verifica-se a tempo integral, devendo os operários em causa retomar o trabalho em horário completo apenas a 13 de maio - quando o regresso à fábrica está previsto, em simultâneo, para a totalidade dos 55 funcionários dispensados.
A Lusa tentou ouvir a administração da Siaco - Sociedade Industrial e Comercial de Artigos para Calçado, S.A., mas nenhum responsável esteve disponível para declarações.