Clientes escolhem ainda em Abril o representante na Comissão de Acompanhamento do FEI.
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Os clientes do BPP que passaram os seus activos para o FEI vão reunir no final do mês para eleger o seu representante na Comissão de Acompanhamento do Fundo. O início do processo de insolvência do BPP foi recebido sem surpresa, mas a PH promete luta.
A notificação que o Banco de Portugal (BdP) enviou à Privado Holding (PH), detentora de 100% do BPP, e outros interessados sobre a possível revogação da licença do banco foi recebida sem surpresa pelo mercado e pelos representantes dos clientes, que já passaram os seus activos para o Fundo Especial de Investimento (FEI). Trata-se do "desfecho esperado", disse ao JN o advogado Luís Miguel Henriques, adiantando que optar pela insolvência teria sido mais complicado em 2008, quando a crise do sistema financeiro atingia o seu auge. A Fitch veio ontem deixar claro que a situação do BPP não teria efeitos negativos no rating da República.
Jaime Antunes, da Privado Clientes, considera que a solução não surpreendeu, ainda que lamente que o BdP tenha demorado tanto tempo para avançar. A insolvência do BPP em nada afecta os clientes do retorno absoluto, que já transferiram os seus activos para o FEI e há juristas, ouvidos pelo JN, que entendem que o processo de falência do banco agora iniciado pelo BdP facilita o accionamento do Fundo de Garantia de Depósitos. O BdP e a Administração do BPP remeteram-se ao silêncio, mas fonte oficial da PH promete levar até ao fim "todos os argumentos de luta para salvar o banco". Para já, tem 10 dias para responder à notificação do supervisor.
Entretanto, vai realizar-se até ao fim de Abril a assembleia de participantes no FEI, para escolher o representante dos clientes na Comissão de Acompanhamento do Fundo. Durval Padrão adiantou estar disponível, caso a sua candidatura seja consensual.
* com A.F.
