Faria de Oliveira garante que 4,2 mil milhões de euros em empréstimos ao BPN não geram prejuízo à CGD
O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Faria de Oliveira, assegurou hoje, quarta-feira, aos deputados que as injecções de liquidez no Banco Português de Negócios (BPN), que ascendem a 4,2 mil milhões de euros, não têm impacto nos resultados do banco público.
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"Os empréstimos [concedidos pela CGD ao banco nacionalizado em Novembro de 2008] têm uma remuneração perfeitamente marginal. Não se traduzem em resultados da caixa, mas não geram nenhum tipo de prejuízo", frisou Faria de Oliveira na Comissão Parlamentar do Orçamento e Finanças.
"A CGD procura fazer cumprir o seu papel, que é assegurar liquidez no BPN", realçou o presidente, sublinhando que "não é por causa disso que se reduziu o crédito à economia".
Faria de Oliveira afirmou que "a CGD continua perfeitamente apta para financiar a economia" e que "se não crescemos mais no crédito às PME é por causa da situação do país"
Questionado se as assistências de liquidez, que ascendiam a 4,2 mil milhões de euros a 14 de Janeiro, têm garantia, o banqueiro explicou que "só no início do processo é que o BPN tinha condições para prestar garantias, a partir daí não".
Já sobre a evolução dos depósitos, que têm descido, Faria de Oliveira considerou que "é natural", por causa das "notícias menos favoráveis" que afectam a "confiança" dos clientes no banco.
Faria de Oliveira revelou ainda que BPN teve prejuízos de 87 milhões a 30 de Setembro de 2009.
Sobre o processo em curso de reprivatização do banco, Faria de Oliveira disse que não podia abrir, para já, o jogo: "Não posso adiantar muito sobre esta matéria porque é uma decisão do accionista, a caixa não é accionista, tem apenas a missão de gerir o BPN e assessorar o accionista em tudo o que for preciso".
Contudo, Faria de Oliveira disse que "o processo está na fase final".
"Penso que na altura que foi tomada a decisão de nacionalização do BPN, era praticamente imprescindível, porque se vivia o momento mais crítico da crise", considerou Faria de Oliveira, realçando o "sério risco sistémico que tinha que ser imediatamente sustido".
De acordo com o banqueiro, este risco era "perfeitamente consensual no âmbito de todo sistema financeiro nacional" e, ainda mais grave, era o risco iminente de falência do BPN".
Faria de Oliveira está a ser ouvido no parlamento a pedido dos deputados do CDS/PP.
