A filial suíça do banco britânico HSBC Private Bank assegurou esta segunda-feira ter sofrido uma "transformação radical" após os "incumprimentos verificados em 2007", para evitar casos de fraude fiscal e de branqueamento de capitais.
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"O HSBC (Suíça) realizou uma transformação radical em 2008 para evitar que os seus serviços sejam utilizados para defraudar o fisco ou para a lavagem de dinheiro", disse o diretor-geral da filial, Franco Morra, no comunicado enviado à agência de notícias France Presse.
O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) divulgou no domingo documentos confidenciais sobre o ramo suíço do banco britânico HSBC Private Bank, que revelam alegados esquemas de evasão fiscal.
A investigação, batizada "Swissleaks", revela documentos fornecidos por um informático, Hervé Falciani, ex-trabalhador do HSBC em Genebra, ao governo francês em 2008, que deu início a uma investigação. O jornal francês "Le Monde" teve acesso a parte da documentação e partilhou-a com aquele consórcio e com jornalistas de mais de 40 países.
Portugal surge em 45.º lugar na lista de países que constam da informação divulgada, com um total de 969 milhões de dólares (855,8 milhões de euros) depositados no HSBC Private Bank, distribuídos por 778 contas bancárias de 611 clientes. Pelo número de clientes, Portugal surge em 33º.
Das 778 contas bancárias, 531 foram abertas entre 1970 e 2006, e dos 611 clientes com ligações a Portugal, 36% tem passaporte português, indicam as informações divulgadas pelo ICIJ.
O ICIJ publica informação sobre 61 pessoas, onde não surge qualquer personalidade portuguesa, mas inclui, por exemplo, Mohammed VI, rei de Marrocos, Abdullah II, rei da Jordânia, o designer de moda Valentino, a modelo Elle McPherson, o ator Christian Slater, o banqueiro Edouard Stern e o motociclista Valentino Rossi.
Segundo a investigação, o HSBC Private Bank garantiu repetidamente aos seus clientes que nunca revelaria qualquer detalhe sobre contas bancárias às autoridades fiscais dos respetivos países, mesmo que houvesse indícios de fugas fiscais.