A agência de notação financeira Fitch reduziu o "rating" da Ucrânia, empurrando-o ainda mais para baixo no estatuto de lixo ("junk") em que já se encontrava, citando o risco de o país não pagar a sua dívida.
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A Fitch baixou a nota de CC para CCC, argumentando que o novo programa de assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciado na quinta-feira, seria insuficiente para as necessidades e que parece "cada vez mais provável" que a sua dívida detida por privados seja reestruturada.
A Ucrânia concordou com o FMI em fazer reformas em troca de um programa de reformas económicas.
O novo empréstimo substitui um anterior, de dois anos, no montante de 17 mil milhões de dólares (15 mil milhões de euros), anunciado em abril, que se mostrou inadequado para estabilizar as finanças ucranianas, dado o confronto com a insurgência pró-russa no leste industrializado.
"O novo programa do FMI vai ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento da Ucrânia, mas uma reestruturação associada da dívida externa detida por privados aparece crescentemente provável", segundo o comunicado da Fitch.
A agência de "rating" especificou que o défice orçamental do país, incluindo as perdas da empresa estatal de energia Naftogaz, alcançou os 13% do produto interno bruto em 2014 e estimou que a dívida pública direta e garantida subiu para 72% do PIB em 2014.
"A escalada do conflito com os rebeldes nas regiões do leste, de Donetsk e Lugansk, afetou a economia de forma severa", acrescentou-se nos fundamentos da decisão.
Um acordo de cessar-fogo entre o governo e os rebeldes deve entrar em vigor no domingo.