O Fundo Monetário Internacional considera que os riscos para Portugal cumprir as metas do programa de assistência, já revistas em março, "permanecem elevados" e sublinha que o consenso social e político "está significativamente mais fraco".
Corpo do artigo
Na sua análise referente à sétima avaliação do programa de ajuda externo a Portugal, divulgada esta sexta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) refere que a economia portuguesa está a fazer progressos na redução dos seus desequilíbrios, mas destaca as condições económicas "extremamente fracas" e os riscos que se colocam ao sucesso do programa.
A instituição liderada por Christine Lagarde entende que o consenso político e social que tem apoiado o programa de assistência económica e financeiro de Portugal "está significativamente mais fraco", alertando que "à medida que as condições de financiamento estão a melhorar (...) o apetite pelas reformas está a diminuir".
O FMI destaca ainda que, uma vez que o programa "está desprovido de ferramentas para aumentar a competitividade no curto prazo", há o risco de o ajustamento ocorrer num contexto de uma maior diminuição da procura.
Finalmente, a instituição considera que a área euro é outro risco que se coloca a Portugal, referindo que o abrandamento das exportações e a perceção de condições económicas difíceis no espaço do euro complicam as condições económicas internas já difíceis.
A avaliação hoje divulgada surge um dia depois de o Fundo ter discutido e aprovado a sétima avaliação a Portugal e o respetivo pagamento da oitava 'tranche' do empréstimo acordado, no valor de 657,47 milhões de euros, informou o Fundo.