O Fundo Monetário Internacional poderá suspender os pagamentos de ajuda à Grécia até final de julho, caso os parceiros europeus da troika não cubram um desvio de até 4 mil milhões de euros no programa de resgate.
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A informação é avançada esta quinta-feira pelo jornal "Financial Times", que, citando fontes envolvidas na gestão do resgate financeiro à Grécia, adianta que o 'buraco' financeiro, de montante compreendido entre 3 e 4 mil milhões de euros, foi detetado depois de os bancos centrais da zona euro terem rejeitado desfazer-se de títulos de dívida soberana grega.
Assim, os ministros das Finanças da zona euro, reunidos esta quinta-feira do Eurogrupo, no Luxemburgo, terão de discutir "fontes alternativas de financiamento", uma vez que os gregos não estão a cumprir o processo de privatizações, uma condição imposta pelos credores internacionais no ano passado para que a Grécia recebesse um segundo resgate.
A Grécia tem estado sob pressão dos seus credores para cumprir as condições de um resgate no valor de 240 mil milhões de euros. Uma das exigências é o corte de 4 mil funcionários públicos até ao fim do ano.
Na quarta-feira, em comunicado, a missão da 'troika' que está a avaliar o programa económico do governo grego anunciou que esta foi interrompida e deve ser retomada no final de junho para concluir os trabalhos técnicos.
Numa declaração conjunta, o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu adiantam que a missão fez "progressos importantes", sendo necessário interromper as discussões políticas para "permitir a conclusão do trabalho técnico".
Esta é a primeira visita dos credores da Grécia ao país depois de um relatório do FMI, que admitia "erros" no primeiro resgate à Grécia, ter sido divulgado pela comunicação social.