O diretor-geral adjunto do Fundo Monetário Internacional defendeu, esta terça-feira, que a Grécia precisa de um alívio na dívida pública, no mesmo dia em que foi divulgado um relatório que sugere uma extensão dos prazos de pagamento por 30 anos.
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"O financiamento é claramente muito importante para a economia grega e o alívio da dívida também é muito importante", afirmou, esta terça-feira, Zhu Min, à margem de uma conferência que decorreu em Addis Ababa, capital da Etiópia.
"Como o rácio da dívida [sobre o Produto Interno Bruto] é muito elevado, uma coisa que precisamos de pensar é numa forma de aliviar a dívida e reestruturá-la, de modo a reduzir os encargos e ajudar a economia a avançar", afirmou o vice-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ao início da tarde, alguns meios de comunicação social, como o diário alemão 'Bild', tiveram acesso a uma atualização (que ainda não foi divulgada oficialmente) de uma análise do FMI à sustentabilidade da dívida grega.
Segundo o documento, divulgado na rede social 'Twitter' pelo correspondente em Bruxelas do 'Bild', o FMI considera que a dívida pública grega tornou-se "altamente insustentável", que pode chegar a um pico de 200% do PIB "nos próximos dois anos", e que só poderá ser paga "através de medidas de alívio da dívida que vão muito além do que a Europa esteve disposta a fazer até agora".
Entre as medidas propostas pelo FMI está a extensão das maturidades, com um período de graça de pelo menos 30 anos, na totalidade do 'stock' da dívida europeia, incluindo os novos empréstimos provenientes do novo resgate.
Outras opções são um corte direto na dívida ('haircut') ou transferências anuais explícitas para o orçamento grego.
Nas vésperas do referendo grego, o Fundo divulgou uma análise sobre a sustentabilidade da dívida pública grega, no qual afirmava que a dinâmica da dívida pública grega é insustentável e defendia uma extensão das maturidades dos empréstimos europeus em conjunto com novas reformas para inverter essa tendência ou, se isso falhar, um corte da dívida.
O mesmo documento admitia ainda que a Grécia tinha novas necessidades de financiamento, que podiam significar 50.000 milhões entre outubro de 2015 até ao final de 2018, requerendo "novo dinheiro europeu" de pelo menos 36.000 milhões durante três anos.