A subida do desemprego para níveis acima do esperado torna necessárias novas medidas para promover a "flexibilidade laboral", considera o Fundo Monetário Internacional (FMI).
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No relatório da terceira atualização do memorando de entendimento entre Portugal e a 'troika', divulgado esta quinta-feira, o FMI congratula-se com o recente acordo tripartido (Governo, patrões e UGT) que irá "aumentar a flexibilidade na negociação de salários e outras condições de trabalho".
No entanto, "o ajustamento no mercado laboral continua a cair exageradamente sobre a dimensão do volume" - ou seja, a massa salarial está a reduzir-se porque o desemprego está a aumentar numa proporção muito superior à redução dos salários. O FMI aponta para os números do Instituto Nacional de Estatística em dezembro, quando a taxa de desemprego atingiu os 14%, como prova disto.
Em consequência, "será necessário considerar medidas adicionais que promovam maior flexibilidade salarial".
O FMI aprovou mais uma tranche da sua parte do empréstimo da 'troika' a Portugal, no valor de 5.170 milhões de euros.
O Fundo está globalmente satisfeito com a aplicação do programa, mas considera que o Governo tem de continuar a alargar a agenda de transformação estrutural e deve encontrar novas formas de estimular a económica a curto prazo.
O FMI abre também a possibilidade de relaxar as metas orçamentais caso os riscos para o crescimento se materializem, mas apenas para acomodar os custos de uma recessão mais profunda.