É o fim de um dos mais populares modelos da Ford. Após 46 anos e cerca de 20 milhões de unidades vendidas, o Fiesta deverá deixar a linha de produção em meados do próximo ano, substituído por um modelo elétrico, a construir na mesma fábrica, em Colónia (Alemanha).
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Mesmo não havendo ainda anúncio oficial da marca, os primeiros sinais já haviam sido dados, este ano, com o desaparecimento da versão de três portas do modelo. Além disso, com a sétima geração no mercado desde 2017, aproximava-se o fim de vida do modelo sem que nada se soubesse do seu sucessor.
Poderá chegar, no próximo ano, sob a forma de um crossover elétrico, construído sobre a plataforma MEB, que o grupo Volkswagen utiliza para os seus modelos 100% elétricos, no âmbito de um acordo entre os dois fabricantes. Como a plataforma é usada no VW ID.3, as dimensões do futuro Ford situar-se-ão entre as do Puma e do Focus, ou seja, dificilmente poderá ser encarado como o sucessor do Fiesta.
Lançado em 1976
O projeto inicial do Ford Fiesta foi aprovado, em 1972, por Henry Ford II, e o carro era o mais pequeno modelo do fabricante norte-americano, tendo sido desenhado por Tom Tjaarda (autor dos intemporais De Tomaso Pantera e Fiat 124 Spider).
Se tivesse vingado a vontade do departamento de Marketing o pequeno Ford iria chamar-se "Bravo", mas prevaleceu a opinião de Henry Ford, que contou com a ajuda da General Motor. "Fiesta" era, então, uma denominação utilizada pela Oldsmobile numa das suas carrinhas, mas o nome foi cedido gratuitamente à Ford.
Um ano depois surgiu a aprovação do projeto Fiesta, que teve a colaboração dos centros de engenharia da Ford na Itália e em Inglaterra, e, em setembro de 1976, as primeiras unidades começavam a ser vendidas em França e na Alemanha.
Dotado de motores de 957, 1 117 e 1 597 cc, e potências entre os 40 e os 84 cavalos, o Fiesta começou por ser vendido apenas na versão de três portas e caixa de quatro velocidades.
Versões desportivas
A segunda geração chegou em 1983 e com ela uma versão a Diesel e o célebre XR2, que debitava 96 cavalos e dispunha de um atraente kit de carroçaria.
Foi preciso esperar até 1989 para vermos o primeiro Ford Fiesta de cinco portas e no portefólio do modelo estavam disponíveis sete motores a gasolina (o mais potente debitava 130 cavalos) e um a gasóleo.
Em 2002 foi introduzida a versão ST, variante desportiva que começou por debitar 150 cavalos, atingindo os 210 km/h, e terminou nos 200 cavalos e 230 km/h de velocidade máxima.
O Fiesta também teve uma vasta carreira desportiva, em especial nos ralis, tendo ganho inúmeras provas, incluindo o Rali de Portugal, em 2017, ano em que permitiu à Ford ser campeã do Mundo de Rally.
O sucesso do Fiesta levou a marca a produzi-lo na Alemanha, Reino Unido. Espanha, Brasil, Argentina, Venezuela, México, Taiwan, China, Índia, Tailândia e África.