O líder do Bloco de Esquerda defendeu, este domingo, em Santarém, que as dívidas públicas sejam retiradas "das garras do capital financeiro", passando o Banco Central Europeu a financiar os Estados, "exactamente como acontece nos Estados Unidos e em Inglaterra".
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Francisco Louçã referia-se às notícias que dão conta de um "gigantesco plano de resgate" da Itália por parte do FMI, da ordem dos 600 mil milhões de euros, para frisar que "é toda a Europa, todo o euro, todos os europeus que estão a ser atingidos pelo capital financeiro".
No seu entender, se não for o BCE a financiar os Estados, "o euro será destroçado por esta via gananciosa, liberal, agressiva" que, afirmou, tem vindo a ser imposta pela chanceler alemã, Angela Merkel.
Para o coordenador do BE, a especulação financeira "vai arrasar tudo", considerando que a decisão da Alemanha que esta semana retirou emissão de dívida pública prova que a pressão financeira já se faz sentir "no centro dos mais ricos, dos mais poderosos".
Segundo Louçã, "a ser verdade o que diz imprensa italiana, de que vai ser necessário um plano de resgate para Itália, para o qual não há dinheiro, ou então Espanha, para o qual também não há dinheiro, é porque o plano do FMI e da Comissão Europeia destruiu de tal modo a economia europeia que não há alternativa".
Francisco Louçã defendeu a existência de "um plano B", que deve passar pela emissão de eurobonds, de políticas europeias para o emprego e por mais cooperação económica.
"É decisivo saber se vai haver ou não intervenção do BCE para retirar a dívida pública dos mercados financeiro. Se o fizer, o euro salva-se, se não, o euro entra em colapso em pouco tempo", advertiu.
Para o líder bloquista, a saída de Portugal do euro "não é uma boa alternativa", já que uma nova moeda seria de imediato desvalorizada, com todo o impacto nos salários, nos impostos, nos preços.