O presidente da Junta da Galiza disse, esta segunda-feira, no Porto, que "em nenhum caso" a sua região admite renunciar à ligação Porto-Vigo por comboio de alta velocidade e o presidente da CCDR-N disse que tal seria "absurdo" e até "anacrónico".
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Nunes Feijoó e Carlos Lage falavam durante uma conferência de imprensa que se seguiu a um encontro entre associações empresariais da Galiza e do Norte de Portugal vizinhas, na CCDR-N, que teve como pano de fundo a crise económico-financeira, a ajuda externa a Portugal e o seu impacto nas relações bilaterais regionais.
Carlos Lage defendeu que o projecto para ligar Porto e Vigo através de comboio de alta velocidade (TGV), "deve ser retomada logo que possível" e Nunes Feijoó corroborou este ponto de vista.
O TGV deve chegar à Galiza "o mais tardar em 2017", com ligações de Santiago à Corunha e a Vigo, lembrou, mas a conexão entre esta cidade e o Porto está comprometida por razões de ordem financeira.
Numa altura de crise aguda, Nunes Feijoó informou que a Galiza e o Norte de Portugal decidiram apelar à realização de "uma cimeira ibérica nos próximos meses" de modo a que dois países possam analisar o impacto da crise nas suas economias e outros problemas comuns.
O dirigente galego, eleito pelo Partido Popular, disse que a crise portuguesa "não é uma boa notícia para a Galiza e tão pouco para a Espanha", acrescentando haver "sombras" que pairam sobre a economia da região a que preside.
Nunes Feijoó frisou que a Galiza exporta l2.500 milhões de euros anualmente para Portugal e importa do nosso país bens no valor de 1.700 milhões, referindo haver uma "enorme incerteza" relativamente a este superavite de 800 milhões de euros.
"As exportações galegas podem ser comprometidas" pela crise que se abateu sobre Portugal, que poderá ser agravada devido às contrapartidas que a União Europeia e o FMI deverão exigir ao governo português pela ajuda externa que já foi solicitada.
O encontro na CCDR-N ocorreu "num momento especialmente difícil para Portugal e especialmente complicado para a Espanha", segundo Nunes Feijoó, para reforçar os laços económicos, empresariais e outros entre a Galiza e o Norte de Portugal.