Gasóleo sobe oito cêntimos na segunda-feira, gasolina sobe três. Preços "não descem tão cedo"
“É o aumento mais elevado dos últimos tempos”, confirma a vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC).
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A partir de segunda-feira, as previsões apontam para uma subida de oito cêntimos no preço do gasóleo e de três cêntimos no da gasolina, devido ao conflito entre o Irão e Israel. O Governo português já admitiu tomar medidas para mitigar o aumento do preço dos combustíveis.
“O Irão é um dos grandes produtores de petróleo. Tudo o que afete os países produtores de petróleo acaba por influenciar o preço do produto na balança comercial. A situação é muito imprevisível, mas já levanta bastantes preocupações, quer económicas, quer sociais”, diz Mafalda Trigo, vice-presidente da ANAREC, ao JN.
A 19 de junho, o preço da gasolina simples estava nos 1,692 euros por litro e o do gasóleo simples nos 1,536 euros por litro, segundo os dados publicados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). A partir de segunda-feira, 23 de junho, os valores deverão subir para os 1,723 euros e os 1,615 euros, respetivamente.
O barril de brent (petróleo bruto) ultrapassava ontem na Bolsa de Londres, que serve de referência para o preço em Portugal, os 76 dólares (cerca de 66 euros). No início de maio, rondava os 62 dólares (54 euros). Para Mafalda Trigo, “é impossível fazer uma previsão do que vai acontecer”, dado que o aumento dos preços é uma “consequência da guerra”. “Mas, em princípio, os valores não vão descer tão cedo”, diz.
Preços longe de 2022
À margem de uma reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo, Miranda Sarmento afirmou, esta sexta-feira, que o Governo está a acompanhar a situação no Médio Oriente. Contudo, o ministro das Finanças referiu que os valores atuais do petróleo estão “muito longe” dos alcançados em 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia e que levaram o Executivo socialista a criar medidas mitigadoras ao aumento do preço dos combustíveis. “Em função daquilo que for a evolução futura do preço do petróleo, poderemos ou não atuar”, admitiu.