Aumento salarial dos CEO foi de 18,4%, bem acima da inflação.
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O fosso salarial entre os presidentes das empresas que integram o PSI da Bolsa de Lisboa e os respetivos trabalhadores é de 42 vezes mais quando analisadas as remunerações. Ou seja, são necessários 42 trabalhadores com salários brutos para pagar ao líder da empresa cotada. Há casos em que o ordenado anual de 186 empregados não chega para remunerar o presidente executivo, como ocorre na Jerónimo Martins (ver info).
É, aliás, no setor da distribuição que a diferença entre o salário do líder e dos trabalhadores é mais evidente. Cláudia Azevedo, CEO da Sonae e dona dos supermercados Continente, também lidera o ranking deste fosso ao serem precisos ordenados de 82 trabalhadores para ser paga. Nesta lista destaca-se ainda Gonçalo Moura Martins, que liderou até dezembro de 2022 a Mota-Engil, com 49 vezes mais, e Miguel Stilwell, CEO da EDP e EDP Renováveis, cuja remuneração foi 42 vezes superior à média dos seus funcionários. Dos dados recolhidos nos relatórios da empresas mostra-se que, no ano passado, a remuneração média anual dos líderes das sociedades cotadas ultrapassava os 1,3 milhões de euros.