O bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos considera que "não é justo e não é correto" dizer que o Imposto Municipal sobre Imóveis está a ser calculado exclusivamente através de uma aplicação da Google. Para Augusto Ferreira Guedes , a notícia é meramente especulativa.
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O bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos classificou, esta quarta-feira, como "meramente especulativa" a informação de que as avaliações de imóveis em curso estão a ser feitas exclusivamente através de uma aplicação do motor de busca da Internet Google.
"Essa é uma notícia meramente especulativa. Numa era global, em que temos à nossa disposição um conjunto vasto de instrumentos, admito que o Google seja também um auxiliar para o nosso trabalho", disse à agência Lusa Augusto Ferreira Guedes.
"Mas dizer, como me fizeram chegar hoje, que estava a ser um elemento fundamental, eu acho que é um exagero muito grande. Quando muito, o Google poderá estar a ser utilizado como instrumento auxiliar", acrescentou.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos reagia à notícia avançada, esta quarta-feira, pelo jornal I, segundo a qual o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) está a ser calculado com base no Google Earth, uma situação que, segundo o diário, "só podia dar erro" e já originou 500 reclamações (em cerca de um milhão de casas avaliadas). Uma dessas reclamações acabou numa redução de 50 mil euros no imposto a pagar.
Segundo Ferreira Guedes, "há muita gente interessada em fazer especulação para descredibilizar todo o processo de avaliação". O bastonário considera que "isso não é justo e não é correto, sequer". "Porque é que não havemos de usar as ferramentas que hoje temos à nossa disposição? Ou será que ainda estamos todos no tempo da régua de cálculo?", questionou. "Eu acho que isso é não estar a acompanhar a modernidade... Há sempre vozes que se levantam quando o país evolui", comentou.
O Ministério das Finanças ordenou a avaliação de 5,2 milhões de prédios urbanos até ao final do ano, com o objetivo de garantir uma receita adicional de IMI de 250 milhões de euros.
Esta avaliação extraordinária já estava prevista, mas está a ser acelerada com base num compromisso assumido com a 'troika'.