Governo da Madeira diz que 1.º de Maio deve servir para pensar nos milhares de desempregados
O secretário da Educação e Recursos Humanos da Madeira disse que, esta quinta-feira, as atividades do 1º de Maio não devem constituir um momento apenas de festa, mas também para pensar nos milhares de desempregados que passam dificuldades.
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"Não é apenas um momento festivo, para celebrar o trabalho, mas é um momento que nos convoca a todos para homenagear o trabalhador e ter presente aqueles que passam por dificuldades, que são muitos", afirmou Jaime Freitas, no início das comemorações oficiais, junto ao monumento de homenagem ao trabalhador, na Avenida Sá Carneiro, na marginal do Funchal.
O responsável madeirense falou da preocupação do governo insular em relação ao aumento do desemprego na região, argumentando ser uma situação provocada pelo contexto de recessão económica que se verifica também a nível nacional e mundial.
"Sempre insistimos que a verdadeira medida ativa de criação de emprego é o crescimento da economia", referiu o governante.
Jaime Freitas considerou que o programa de atividades é também "sinal do respeito pelos trabalhadores, por um lado, e por outro lado, a compreensão da importância que tem o fator trabalho na produção económica da sociedade e também como meio de realização pessoal" de cada um.
O secretário regional aproveitou ainda a ocasião para refutar as críticas que surgiram por parte das entidades sindicais na Madeira relacionadas com o que consideram ser a estagnação da contratação coletiva na região.
"O Governo tem de ter uma função mediadora, que leve aos acordos. Não assumimos uma posição de perentoriamente impor soluções a cada uma das partes", argumentou, apontando o empenho e apoio de outros serviços na resolução dos diferendos e que se tem registado uma diminuição no número de processos que chegam diretamente ao governo para resolver.
"Havia, em Portugal, uma tradição de impor soluções através de atos administrativos. Essas soluções foram abandonadas. Entendemos que devemos promover a negociação coletiva responsável", destacou.
Muitas centenas de madeirenses cumpriram, esta quinta-feira, a tradição e deslocaram-se às serras da Madeira na celebração do Dia do Trabalhador, ocorrendo a maior concentração na zona de lazer do Montado do Pereiro, no concelho do Funchal, onde foram montadas barracas com comes e bebes e decorreram diversas atividades culturais, recreativas e desportivas, no âmbito do programa elaborado pelo governo regional e que se estende aos vários concelhos da ilha.
A baía do Funchal foi palco de provas de triatlo, canoagem, vela e natação, enquanto o Largo do Município foi o centro para atividades de atletismo, no campo de futebol do 1.º de Maio realizaram-se diversos jogos e na Praia Formosa voos de parapente.
Em Santa Cruz, a câmara municipal agora liderada pelo movimento Juntos Pelo Povo, organizou, pela primeira vez, um programa de cerimónias próprio, que incluiu uma missa pelos trabalhadores e por todas as famílias atingidas pelo desemprego, tendo sido depois entoado o Hino Nacional e hasteada a bandeira de Portugal.
Depois, foi realizada uma cerimónia, que, segundo o movimento, serviu "para assinalar todos aqueles que trabalharam, durante mais de 30 anos, para levar a Região e o Município de Santa Cruz à ruína financeira".