O ministro francês das Finanças garante que o Governo não vai imiscuir-se nas negociações entre a administração da Renault e os trabalhadores para melhorar a competitividade da empresa, acrescentando que não vai admitir despedimentos nem encerramento de fábricas.
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Pierre Moscovici disse, esta quarta-feira, numa entrevista à rádio RMC e à televisão BFM esperar que "não se ultrapassem duas linhas vermelhas: que não haja despedimentos e que não se encerrem fábricas".
O ministro francês recordou que a regra do Governo é "permitir que continue o diálogo social" depois de lhe ser perguntado qual a sua opinião sobre as denúncias de chantagem de alguns sindicatos da Renault, que asseguravam que a administração estava a ameaçar os trabalhadores com o fim de atividade em duas fábricas em França.
Um representante da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) na Renault queixou-se hoje junto da agência Efe, qualificando como "chantagem" por parte da empresa o planear do encerramento de fábricas, uma acusação que foi reiteradamente negada pela administração.
No fim da sétima ronda negocial com os sindicatos, a Renault referiu em comunicado que "o fim das negociações é, em caso de acordo com os sindicatos, não fechar fábricas nem proceder a despedimentos".
Pierre Moscovici fez finca-pé em que os construtores de automóveis franceses "têm futuro", reconhecendo, no entanto, que têm que adaptar-se às novas condições de mercado. O Estado francês é acionista da Renault com 15% dos títulos.
Questionado sobre uma possível compra da PSA Peugeot Citroen pela Opel, a filial europeia da norte-americana General Motors, o ministro francês respondeu que essas são matérias vedadas aos acionistas das duas empresas.