O Governo vai gastar mais com indemnizações do que aquilo que vai encaixar com as rescisões voluntárias de funcionários públicos em 2014 e só com as poupanças da mobilidade especial é que consegue compensar os custos da saída de trabalhadores.
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De acordo com o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a oitava e nona avaliações ao programa de assistência português, divulgado esta quarta-feira, as indemnizações a pagar aos trabalhadores da função pública que decidam abandonar os postos de trabalho voluntariamente vão custar o equivalente a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
Este valor só é compensado pelo encaixe das rescisões amigáveis somado àquele que o Governo pretende conseguir através do regime de mobilidade especial dos funcionários públicos, uma vez que as duas medidas combinadas correspondem igualmente a 0,1% do PIB.
De acordo com uma tabela que faz parte do relatório do FMI, o Governo vai implementar medidas para poupar o equivalente a 2,3% do PIB em 2014, sendo que 1,7% desse valor será através de cortes na despesa da administração pública.
Na carta que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, enviou à troika (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) a 3 de maio com os cortes na despesa da administração pública, para 2014, o Governo previa um encaixe de 448 milhões de euros com "desvinculações e mobilidade especial" e mais 58 milhões de euros através de "novas reformas/aposentações".