A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, terá dado ordens, em 2012, para esconder prejuízos do BPN, de forma a não agravar o défice. "Desapareceram" 150 milhões de euros.
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A Parvalorem, empresa pública que ficou com os ativos tóxicos do BPN, "ocultou uma parte das perdas registadas com o crédito mal parado a pedido da atual ministra das Finanças", noticia a Antena 1.
Segundo uma investigação da rádio Pública, Maria Luís Albuquerque, então secretária do Tesouro, soube que a Parvalorem ia ter perdas de 577 milhões de euros e pediu "para mexer nas contas e exprimir as contas o melhor possível".
Segundo a Antena 1, a Parvalorem fez uma operação contabilística e o impacto dos prejuízos nas contas foi adiado.
"Após este trabalho cirúrgico conseguimos reduzir o valor das imparidades de 577 milhões para 420 milhões de euros", admite fonte da Parvalorem, citada pela Antena 1. No total, a operação permitiu cortar 150 milhões de euros.
"Foi uma martelada que demos nas contas. As ordens vinham de cima, atuámos dentro da margem que tínhamos", acrescenta a rádio pública.
De acordo com a investigação, no mesmo dia, a empresa recebeu um agradecimento de Maria Luís Albuquerque, referindo que queria uma redução ainda superior, mas a admitir que talvez "não fosse possível melhor".
O Governo rejeitou, esta terça-feira, "qualquer manipulação ou ocultação de contas" da Parvalorem.