O Governo quer acabar com a carreira 76 da Carris, que assegura o trajecto entre Algés e Cruz-Quebrada, alegando que a transportadora Vimeca tem autocarros que asseguram o mesmo percurso.
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Numa resposta enviada ao deputado do PCP Miguel Tiago, o Ministério da Economia e do Emprego apresenta três argumentos para concluir que "não se justifica que a Carris mantenha a exploração" da carreira 76.
Em primeiro lugar, o ministério tutelado por Álvaro Santos Pereira afirma que a "carreira 76, com trajecto Algés e Cruz Quebrada, funciona em toda a sua extensão no concelho de Oeiras, fora da área de concessão da Carris".
Acrescenta o ministério que "a Carris nunca conseguiu obter o licenciamento desta carreira, devido à oposição do operador de transportes com serviço predominante no município de Oeiras".
Na resposta ao deputado comunista pode ler-se ainda que o trajecto da carreira 76 "é quase integralmente percorrido pela carreira 6 da Vimeca - Lisboa Transporte e, parcialmente, pela carreira 1 da mesma operadora".
"Não se justifica, por isso, que a Carris mantenha a exploração da referida carreira", conclui o ministério com a tutela dos transportes.
A Lusa contactou a Carris que afirmou "não ser oportuno neste momento fazer comentários sobre as propostas que constam do relatório do grupo de trabalho e que se encontram para apreciação do Governo".
No final de Outubro, um grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar a reestruturação dos transportes propôs, para a Carris, a reformulação da oferta actual, com a supressão total de 15 carreiras diurnas, entre as quais a 76.
Os utentes desta carreira, que liga Algés à Faculdade de Motricidade Humana, na Cruz Quebrada-Dafundo, já contestaram o possível fim desta ligação.