Governo só não aceita redução de preço dos combustíveis A única reivindicação das associações transportadoras de mercadorias que o Governo não aceitou na reunião desta noite foi a redução de preço dos combustíveis, disseo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
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"Aqui, de facto, não há acordo", disse em contacto telefónico o ministro António Mendonça. A redução "não é possível tendo em conta as actuais directivas europeias", acrescentou, em declarações à Agência Lusa.
Segundo adiantou, "além de ilegal, à luz daquilo que são hoje as regras europeias", os subsídios solicitados "são absolutamente incomportáveis, porque exigiriam milhões de euros dos contribuintes e não tem sentido na situação atual em que são exigidos sacrifícios aos portugueses".
Sobre a reunião desta noite, que durou quase seis horas e na qual não foi alcançado um acordo entre as partes que permitisse a suspensão da paralisação iniciada às zero horas de hoje, António Mendonça referiu que o Governo "mostrou disponibilidade para ir ao encontro das reivindicações das transportadoras, à excepção da redução (dos preços) dos combustíveis".
"Foi possível chegar a um largo consenso relativamente a um conjunto vasto de medidas", reiterou o ministro, lamentando que as associações "não tenham querido subscrever aquilo que elas próprias tinham acordado na reunião".
De acordo com António Mendonça, na reunião houve acordo quanto à revisão da legislação laboral aplicável ao sector e relativamente à redução dos preços das portagens nas SCUT, duas das três reivindicações colocadas na mesa pelas associações transportadoras.
"O Governo comprometeu-se a criar uma comissão inter-ministerial para produzir resultados no prazo de 90 dias com a publicação de um relatório de progresso em 30 dias", referiu o ministro sobre o ponto relativo à revisão da legislação laboral.
Quanto às reduções das portagens nas SCUT, esclareceu que "houve uma proposta do Governo procurando ir ao encontro e compreendendo os problemas actuais do sector".
O ministro António Mendonça adiantou ainda à Lusa que "lamenta" a falta de acordo, cuja responsabilidade imputou às associações transportadoras, mas destacou "o clima de diálogo em que decorreu a reunião.
" Lamento (...) até porque as transportadoras saíram prejudicadas por não ter havido acordo", disse, insistindo no "clima de diálogo" em que decorreu a reunião e a disponibilidade do Governo para continuar a dialogar.
"O Governo está sempre disponível para o diálogo. Agora cabe às associações tomar a iniciativa", concluiu.