O secretário de Estado do Emprego, Valter Lemos, rejeitou hoje, quarta-feira, que a descida de 1,8 5 do número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Maio se deva apenas a empregos sazonais.
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"A sazonalidade existe sempre, mas esta é a maior descida em 37 meses. E nesse espaço de tempo houve três períodos sazonais", disse o secretário de Estado numa conferência de imprensa que decorreu hoje, quarta-feira, em Lisboa.
"A descida deve-se sobretudo às empresas que criaram emprego. A melhoria da situação económica permitiu às empresas contratarem mais pessoas", acrescentou.
Para o responsável, esta é uma "boa notícia" que revela "uma tendência que está a acontecer" de diminuição do desemprego.
Valter Lemos admitiu, no entanto que a sazonalidade explica alguma da diminuição do numero de inscritos nos centros.
"As razões da sazonalidade são boas, não quero dar a ideia que temos menos dez mil desempregados só devido à acção do Governo", referiu.
O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) anunciou hoje que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal desceu 1,8 por cento em maio face ao mês anterior, para 560.751, e aumentou 14,6 por cento face a maio do ano passado.
De acordo com IEFP, "esta é a maior descida, em valor absoluto, e em cadeia, nos últimos 37 meses".
Para o secretário de Estado, não há contradição entre os valores recentemente divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que estima numa taxa de desemprego de 10,8% em Abril, e os dados do IEFP.
"Aquilo que a OCDE e o Eurostat apresentam são estimativas baseadas num histórico, não nos dados reais. No final do trimestre teremos os dados finais apurados pelo Instituto Nacional de Estatística e nessa altura esses dados são adoptados por esses organismos", explicou.
Para o governante, os números hoje, quarta-feira, conhecidos são "congruentes" com os divulgados terça-feira pelo Eurostat, nos quais se lia que Portugal travou a destruição de emprego no primeiro trimestre do ano.
"Eu sempre disse que no segundo trimestre teríamos uma inversa da tendência no que respeitava aos números do desemprego. Estamos a ter e estou convencida que a taxa de emprego oficial do segundo trimestre venha a demonstrar isso", afirmou Valter Lemos.
O Governo "mantém", assim, a previsão de uma taxa de desemprego de 9,8% este ano.