As grandes empresas escaparam no ano passado a uma redução do crédito concedido pela banca, mas as pequenas e médias empresas (PME) sofreram "restrições de crédito muito ativas", segundo o Banco de Portugal.
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No ano passado "prosseguiu o agravamento das condições de financiamento da economia portuguesa", lê-se no Relatório sobre a Economia Portuguesa em 2011 do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta terça-feira.
Pressionada pela crise financeira, a banca cortou o crédito concedido à economia; em 2011, os bancos portugueses emprestaram menos 1,6 por cento às empresas do que no ano anterior.
Essa redução não foi contudo uniforme. O crédito concedido às grandes empresas até aumentou. Os empréstimos da banca a sociedades gestoras de participações (SGPS) reduziu-se no ano passado, mas estas entidades conseguiram obter outras fontes de financiamento.
Já as microempresas e as PME foram muito penalizadas a partir do segundo semestre de 2011, com a restrição do crédito a prolongar-se e agravar-se nos primeiros meses deste ano.
Segundo o BdP, não houve "uma restrição abrupta e generalizada da oferta de crédito", ao setor privado; em vez disso, a restrição concentrou-se em setores específicos nas empresas de menor dimensão.
"Empresas do setor não transacionável e pequenas e médias empresas enfrentam restrições de financiamento muito ativas", lê-se no relatório.