A Grécia conseguiu, esta terça-feira, ir ao mercado financiar-se em 1,625 mil milhões de euros, no mesmo dia em que o presidente do Banco Central Europeu avisou que os países da zona euro têm a responsabilidade de evitar que a Grécia entre em incumprimento.
Corpo do artigo
"Um evento de crédito, um incumprimento parcial ou um incumprimento têm de ser evitados", disse Jean-Claude Trichet, numa entrevista ao jornal eslovaco "Hospodarske Noviny", dois dias antes da cimeira da zona euro, que decorre na quinta-feira.
"O que pedimos é aos governo da zona euro que cheguem a uma solução apropriada, o mais rápido possível", acrescentou Trichet.
O presidente do BCE rejeitou as ideias de que um incumprimento grego pudesse resolver a crise da dívida soberana europeia. "Quem é que poderá considerar como uma boa solução um incumprimento de um país soberano, no contexto de uma crise de finanças públicas europeia e global?", referiu.
Esta terça-feira, a Grécia conseguiu ir ao mercado financiar-se em 1,625 mil milhões de euros, numa emissão de dívida pública com a maturidade de três meses e beneficiando de uma descida na taxa de juro.
A procura por esta dívida de curto prazo grega ultrapassou três vez a oferta, atingindo os 3,845 mil milhões de euros, para uma oferta inicial de 1,25 mil milhões de euros, num leilão que acabou por fechar nos 1,625 mil milhões de euros, segundo a agência estatal de gestão de dívida grega.
O aviso de Trichet surgiu na Eslováquia, país que adoptou o euro em 2009, e que foi o único pais da moeda única a rejeitar um empréstimo de resgate à Grécia, no ano passado.
A coligação de centro-direita, no poder desde Julho de 2010, indicou já também que também poderá rejeitar um novo empréstimo de emergência a Atenas.