A Comissão Europeia confirmou que o desembolso do financiamento intercalar à Grécia acordado na semana passada, de 7,16 mil milhões de euros, foi realizado esta segunda-feira. Atenas vai pagar dois mil milhões de euros ao FMI e 4,2 mil milhões ao BCE ainda hoje.
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"Confirmamos que, de facto, o desembolso de 7,16 mil milhões de euros do EFSM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) acabou de ser feito", a tempo de a Grécia efetuar atempadamente os pagamentos que tinha previstos para esta segunda-feira, designadamente ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE), indicou uma porta-voz do executivo comunitário, Mina Andreeva.
Entretanto, uma fonte do ministério das Finanças grego assegurou que foram iniciadas as operações para pagar, ainda esta segunda-feira, cerca de dois mil milhões de euros ao FMI e 4,2 mil milhões de euros ao BCE.
Assim, Atenas vai pagar ao BCE (Banco Central Europeu) um total de 4,2 mil milhões de euros correspondentes a 3500 milhões de euros em títulos e 700 milhões de euros em juros.
Atenas saldará, também esta segunda-feira, a dívida ao FMI (Fundo Monetário Internacional) de dois mil milhões de euros, que inclui um crédito de 1500 milhões de euros que venceu em junho e 500 milhões de euros de juros.
Devido à asfixia financeira que atravessava e com as negociações com os credores a decorrer, o Executivo de Alexis Tsipras pediu para agrupar todos os pagamentos ao FMI devidos em junho num único pagamento com vencimento a 30 de junho.
Mas, Atenas, privada pelos credores de capitais frescos desde agosto de 2014, não conseguiu honrar os compromissos no último dia de junho e entrou em "mora" em relação ao FMI.
O pagamento ao BCE é considerado chave apara que o país não entrasse em incumprimento, já que poderia ter implicado o fim da liquidez que com caráter excecional a entidade monetária facilita aos bancos gregos através do mecanismo de crédito de urgência conhecido com ELA.
Estes compromissos financeiros urgentes, que se não fossem cumpridos representariam uma situação de incumprimento, foram o principal motivo para a União Europeia decidir uma ajuda intercalar, ou "financiamento-ponte", à Grécia, enquanto o terceiro programa de ajuda ainda não estiver operacional (só agora as instituições vão começar a negociar formalmente com Atenas o memorando de entendimento do terceiro "resgate", que deverá ascender a 86 mil milhões de euros).
Na passada sexta-feira, os 28 chegaram a acordo sobre o financiamento intercalar à Grécia, através de um empréstimo de 7,16 mil milhões de euros ao abrigo do EFSM, mecanismo no qual participam todos os Estados-membros da UE.