O setor do alojamento turístico registou 30 milhões de hóspedes e 77,2 milhões de dormidas em 2023, superando pela primeira vez os níveis pré-pandemia, segundo o INE. Proveitos sobem mais de 20% para 4600 milhões de euros.
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De acordo com os dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os 30 milhões de hóspedes e 77,2 milhões de dormidas contabilizados em 2023 ficam 10,7% e 10,0% acima, respetivamente, dos níveis de 2019.
Comparando com 2019, o Algarve foi a exceção, já que foi a única região a não atingir os níveis pré-pandemia, com um decréscimo de 2,5% do número de dormidas.
Pelo contrário, os maiores crescimentos foram observados na Região Autónoma da Madeira (+23,4%), Norte (+22,8%), Região Autónoma dos Açores (+18,1%) e Alentejo (+14,8%).
Em sentido oposto ao das dormidas, o número total de hóspedes que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico do Algarve aumentou - 1,4% - face a 2019, o que reflete uma diminuição de 3,8% da estada média.
O INE detalha que os mercados externos registaram uma maior redução da estada média (-4,2%), traduzindo um aumento de 3,0% no número de hóspedes e um decréscimo de 1,2% nas dormidas.
"Ou seja, os hóspedes estrangeiros, embora em maior número face a 2019, fizeram estadias mais curtas no Algarve", explica.
Os hóspedes residentes, por sua vez, para além de serem em menor número do que em 2019 (-2,8%), também tiveram estadas médias mais curtas (-3,7%), originando um decréscimo de 6,4% das dormidas.
Uma análise mais detalhada da região do Algarve feita pelo INE para o período 2019-2023 evidencia que este se manteve sempre como o principal destino turístico nacional em termos do número de dormidas, apesar da redução da sua quota de mercado em 3,4 pontos percentuais neste período (29,8% do total de dormidas em 2019, para 26,4% em 2023).
Já em termos de número de hóspedes, manteve-se como o terceiro principal destino nacional (17,1% do total de hóspedes; 18,7% em 2019), depois da Área Metropolitana de Lisboa (29,3%; 30,3% em 2019) e do Norte (23,2%; 21,6% em 2019).
Receitas sobem mais de 20%
Segundo os dados preliminares do INE, no ano passado os proveitos de aposento terão somado 4600 milhões de euros, o que representa uma subida de 21,3% relativamente a 2022.
Comparando com 2019, observaram-se "aumentos mais expressivos" de 40,2% nos proveitos totais e de 43,0% nos de aposento.
No conjunto do ano de 2023, os maiores crescimentos nos proveitos totais e de aposento ocorreram na Região Autónoma dos Açores (+25,9% e +27,7%), na Área Metropolitana de Lisboa (+24,5% e +25,7%) e no Norte (+24,2% e +25,5%, respetivamente).
Já face a 2019, os maiores aumentos nos proveitos totais e de aposento verificaram-se nas regiões autónomas (Açores com +60,3% e +62,3%, respetivamente, e Madeira com +60,2% e +72,3%).
O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) aumentou 9,2% no ano passado, atingindo 113,1 euros, tendo-se registado os maiores crescimentos nos Açores e na Madeira (+14,3% em ambas) e na Área Metropolitana de Lisboa (+12,2%), enquanto o Algarve e o Alentejo apresentaram as evoluções mais modestas (+4,4% e +5,2%).
Quanto ao rendimento médio por quarto disponível (RevPAR), aumentou 15,4%, atingindo 64,8 euros.
Aeroporto do Porto com maior crescimento
O número de passageiros nos aeroportos nacionais aumentou 18,9% em 2023 face a 2022, para 67,5 milhões, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados. No ano passado, aterraram nos aeroportos nacionais 243,8 mil aeronaves em voos comerciais, um aumento de 12,0% face a 2022, enquanto o movimento de carga e correio estabilizou nas 223,0 mil toneladas.
Comparando com 2019, ano pré-pandemia, registaram-se variações de +7,0% no número de aeronaves, +12,3% no número de passageiros e +5,9% no movimento de carga e correio.
De acordo com o INE, em 2023, o 'ranking' dos cinco principais países de origem e de destino dos voos não registou alterações face ao ano anterior, mantendo-se o Reino Unido como o principal país de origem e de destino, com crescimentos de 16,5% no número de passageiros desembarcados e 16,9% no número de passageiros embarcados.
França e Espanha ocuparam a segunda e a terceira posição, seguidas da Alemanha, que, apesar de ter registado os menores crescimentos, em ambos os sentidos, manteve o quarto lugar. Itália ocupou a quinta posição e registou os maiores crescimentos (+31,2% e +31,0% no número de passageiros desembarcados e embarcados, respetivamente).
No conjunto do ano 2023, o aeroporto de Lisboa movimentou 49,8% do total de passageiros (33,6 milhões), tendo crescido 19,1% face a 2022 e 7,9% relativamente a 2019.
Considerando os três aeroportos com maior tráfego anual de passageiros, o aeroporto do Porto registou o maior crescimento face a 2022 (+20,3%) e 2019 (+16,0%). Quanto às mercadorias movimentadas em 2023 no aeroporto de Lisboa, representaram 75,2% do total, atingindo 167,7 mil toneladas (+2,1% face a 2022).
No conjunto dos restantes aeroportos, o movimento de carga e correio diminuiu 5,6% (-1,7% comparando com 2019).
Analisando apenas o mês de dezembro de 2023, nos aeroportos nacionais movimentaram-se 4,5 milhões de passageiros e 20,2 mil toneladas de carga e correio, correspondendo a variações de +9,3% e +10,7%, respetivamente, face a dezembro de 2022. Comparando com dezembro de 2019, registaram-se aumentos de 13,7% e 3,6%, pela mesma ordem.
"Desde o início de 2023 têm-se verificado máximos históricos nos valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais", refere o INE, detalhando que, em dezembro, se registou o desembarque médio diário de 75,9 mil passageiros, valor superior ao registado em dezembro de 2022 (69,4 mil; +9,3%) e 14,7% acima do verificado em dezembro de 2019 (66,2 mil).