O presidente da IL anunciou, esta quinta-feira, que o partido vai propor a constituição de uma comissão de inquérito à Efacec e desafiou o PS a viabilizar esta proposta.
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Em entrevista à TSF e ao "Diário de Notícias", Rui Rocha deu conta desta decisão do partido considerando que "os portugueses têm que ser esclarecidos" sobre este negócio.
O líder da IL desafiou o PS, que tem maioria absoluta no parlamento, a viabilizar a comissão de inquérito, mas deixou desde já um pedido ao PSD caso os socialistas votem contra. "Faço também um desafio ao PSD porque o PSD, ao contrário da Iniciativa Liberal, tem a possibilidade depois de avançar com uma comissão de inquérito potestativa. Portanto, eu desafio o PSD para votar favoravelmente a este requerimento da Iniciativa Liberal e, se o PS chumbar, para não se acobardar neste tema e usar os meios que tem ao seu dispor para que os portugueses possam ser esclarecidos", disse.
Montenegro admite pedir inquérito parlamentar
Por sua vez, o presidente do PSD disse, em Arruda dos Vinhos, que vai pedir um inquérito parlamentar se o Governo não esclarecer todos os detalhes do negócio da venda da Efacec, que considerou ruinoso. "Teremos de ter esclarecimentos do ministro da Economia, nós teremos de ter esclarecimentos de todo o Governo e do seu líder. Se esses esclarecimentos não forem cabais, nós no futuro teremos de lançar mão de todos os instrumentos que temos à nossa disposição na Assembleia da República, nomeadamente um inquérito parlamentar", afirmou aos jornalistas Luís Montenegro.
O social-democrata defendeu que "injetar 400 milhões de euros e vender por 15 é claramente um negócio ruinoso".
Luís Montenegro "constatou que, mais uma vez, o Governo do Partido Socialista salva empresas com dinheiro dos contribuintes", concluindo que "isto não é efetivamente gerir bem os recursos públicos" e que "António Costa e o Partido Socialista andam a brincar com o dinheiro dos portugueses". "Andam a injetar dinheiro em empresas para salvar as empresas em prejuízo daquilo que são recursos públicos que podiam ter sido utilizados e podem ser utilizados com outras finalidades", considerou.
Montenegro considerou que 400 milhões "é mais do que o necessário" para atualizar o tempo das carreiras dos professores, proposta que o PSD fez e foi rejeitada pelo PS.
A Parpública vendeu, esta terça-feira, 100% da Efacec ao fundo alemão Mutares. O Estado tinha nacionalizado a Efacec em 2020, ficando com 70% da empresa aquando do escândalo Luanda Leaks. A empresa era controlada indiretamente por Isabel dos Santos.
O ministro da Economia disse na quarta-feira que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, vincando porém que este "é um dia feliz" por se concluir a venda da empresa ao fundo alemão Mutares. Em conferência de imprensa no Ministério da Economia, António Costa e Silva disse que esta terça-feira foi assinada a venda da Efacec à Mutares e que esta injetará 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias. Costa e Silva destacou a importância de Efacec como "grande empresa tecnológica" para a economia portuguesa, referindo vários projetos em que está envolvida, acrescentando que deixá-la cair teria sido "desastroso para a economia portuguesa".