Imprensa britânica diz que acordo é "passo de bebé na direcção certa" mas ainda insuficiente
O segundo plano de resgate à Grécia concluído na quinta-feira, em Bruxelas, é um "passo de bebé na direcção certa", lê-se hoje no diário The Guardian, enquanto que o Independent diz que "ainda não é suficiente".
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"Pela primeira vez desde que a crise da dívida soberana surgiu, a elite dos dirigentes da Zona Euro mostrou que realmente percebe", elogia o Guardian em editorial.
Questionando se o acordo será suficiente para por um fim no pânico na Europa do sul, admite que "provavelmente não".
"Mas é um passo de bebé na direcção certa", estima o Guardian.
O jornal refere-se ao segundo plano de resgate da Grécia, no valor de 158 mil milhões de euros, que inclui a contribuição dos bancos e também do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na declaração final da cimeira extraordinária realizada na quinta-feira, em Bruxelas, os líderes da Zona Euro referem que o montante é composto por 109 mil milhões de empréstimos oriundos da Europa e do FMI e o restante, cerca de 50 mil milhões de euros, do setor privado credor da Grécia.
Deste último valor, 37 mil milhões serão de uma "contribuição voluntária" dos bancos credores, ao passo que 12,6 mil milhões correspondem à compra de dívida no mercado.
O Independent teme que estas medidas sejam insuficientes para convencer os mercados. Os "líderes da Europa compraram tempo, mas não muito", lê-se no editorial deste diário.
"O fracasso deles em acordar um plano de acção radical para restaurar a confiança e resolver os motivos de pânico do mercado de obrigações significa que esta crise não acabou", escreve.
No Daily Telegraph, o director adjunto tem a mesma opinião que formou através da "análise detalhada" do documento, que diz revelar "dificuldades e ambiguidades, tanto políticas como económicas".
"É confuso e incoerente, além de não chegar para acabar de vez com a mais vasta crise do euro", escreve Jeremy Warner.
O Daily Mail chama ao acordo um "penso rápido", expressão também usada pelo The Times.
No Financial Times, na coluna Lex refere-se que o "texto pode ter sido sobre a Grécia, Irlanda e Portugal mas a mensagem era para a Itália e Espanha".
E acrescenta que o "euro sobrevive, até à próxima cimeira".