"Quem rouba não pode ser ajudado". Garrafeira deixa de vender vinhos de Berardo
Na sequência da polémica criada pelas declarações de Joe Berardo no parlamento, uma garrafeira e loja gourmet de Lisboa anunciou um boicote comercial aos vinhos do empresário madeirense.
Corpo do artigo
"O BacoAlto informa que a partir de hoje não vende, não compra nem aconselha vinhos das Empresas que o sr. (Joe Berardo) José Manuel Rodrigues Berardo é acionista, as razões são mais que conhecidas", lê-se numa publicação divulgada na terça-feira na página desta loja gourmet na rede social Facebook.
Este boicote comercial surge na sequência da polémica gerada pelas recentes afirmações de Joe Berardo na comissão de inquérito à recapitalização e gestão da CGD. "Pessoalmente não tenho dívidas. Claro que não tenho dívidas", afirmou, quando, segundo a auditoria da EY à gestão da CGD entre 2000 e 2015, o banco público tinha neste ano uma exposição à Fundação Berardo e à Metalgest, sociedades do universo do empresário, na ordem dos 321 milhões de euros.
Joe Berardo surpreendeu ainda os deputados quando respondeu com uma gargalhada - "Ah! Ah! Ah!" - à pergunta da deputada do CDS-PP Cecília Meireles sobre o que aconteceria se os bancos tentassem executar os títulos da Associação Coleção Berardo.
O empresário afirmou também que "como português" tentou "ajudar a situação dos bancos numa altura de crise", referindo-se à prestação de garantias quando as ações que serviam como colateral desvalorizaram, gerando grandes perdas para os bancos.