A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 10,1% em outubro, taxa inferior em 0,1 pontos percentuais à estimativa divulgada no final desse mês, a mais alta desde maio de 1992, anunciou o INE.
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"Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa é inferior em 0,1 pontos percentuais à estimativa rápida divulgada a 28 de outubro, embora a diferença tenha sido efetivamente de apenas 0,01 pontos percentuais", refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em outubro, o indicador de inflação subjacente (IPC excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação homóloga de 7,1%, taxa superior em 0,2 pontos percentuais à registada em setembro. Segundo o INE, "este é o valor mais elevado registado desde janeiro de 1994".
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos situou-se em 27,6% (5,4 pontos percentuais acima do valor do mês anterior), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados registou a variação homóloga mais elevada desde junho de 1990, fixando-se em 18,9% (16,9% em setembro).
Por classes de despesa e face ao mês precedente, o INE destaca os aumentos das taxas de variação homóloga da "habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis" e dos "bens alimentares e bebidas não alcoólicas", com subidas de 18,5% e 18,6%, respetivamente (14,6% e 16,4% no mês anterior).
Em sentido inverso, as classes "restaurantes e hotéis" e "bens e serviços diversos" abrandaram para, respetivamente, 16,3% e 2,6% (17,7% e 3,0% no mês anterior).
Em outubro, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC destacam-se as dos "bens alimentares e bebidas não alcoólicas", da "habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis", dos "transportes" e dos "restaurantes e hotéis".
Já a "saúde" foi a única classe com um contributo negativo.
O INE salienta, em comparação com o mês anterior, o aumento das contribuições para a variação homóloga do IPC dos"bens alimentares e bebidas não alcoólicas", da "habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis" e dos "transportes".
Em sentido contrário, é destacada a redução da contribuição das classes dos "restaurantes e hotéis" e dos "bens e serviços diversos".
De acordo com o INE, em outubro a variação mensal do IPC foi de 1,2%, semelhante à do mês anterior e 0,5% em relação a outubro de 2021, tendo a variação média a 12 meses sido de 6,7% (6,0% em setembro).
No que ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) diz respeito, este apresentou uma variação homóloga de 10,6% em outubro, superior em 0,8 pontos percentuais à do mês anterior e inferior em 0,1 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do euro (em setembro, a taxa em Portugal tinha ficado, também, 0,1 pontos percentuais abaixo da área do Euro).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 8,0% em outubro (7,9% em setembro), superior à taxa correspondente para a área do euro (estimada em 6,4%).
Em outubro, o IHPC registou uma variação mensal de 1,1% (1,3% no mês anterior e 0,4% em outubro de 2021) e uma variação média dos últimos 12 meses de 6,9% (6,2% no mês precedente).