Queda abrupta nos preços da energia e IVA zero em produtos alimentares mais básicos ajudam a explicar o recuo do valor homólogo projetado para o mês de maio.
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Há um ano, em maio de 2022, a inflação homóloga era de 8%, isto é, metade da agora estimada para o mesmo mês deste ano. A referida taxa de variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) chegou a atingir os 10,2% em outubro de 2022. Agora, o IPC terá diminuído para 4% em maio de 2023, taxa inferior em 1,7 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior.
A desaceleração é em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços da eletricidade, do gás e dos produtos alimentares verificado em maio de 2022 e ainda pela isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais. O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 5,5% (6,6% no mês precedente). A variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para -15,5% (-12,7% no mês precedente) e o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá desacelerado para 8,9% (14,1% em abril).
Comparativamente com o mês anterior, a variação do IPC terá sido -0,7% (0,6% em abril e 1,0% em maio de 2022). Estima-se uma variação média nos últimos doze meses de 8,2% (8,6% no mês anterior). O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que permite comparações europeias, terá registado uma variação homóloga de 5,4% (6,9% no mês precedente). Em Espanha, a inflação homóloga está já em 3,2%.
Os dados definitivos referentes ao IPC do mês de maio de 2023 serão publicados no próximo dia 14 de junho.