A Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos considerou, este sábado, que a entrada em vigor da taxa sobre os sacos de plásticos leves é abrupta e alertou que isso vai ter impacto na indústria, nomeadamente nas pequenas empresas do setor.
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A partir de domingo passa a ser cobrada uma taxa sobre os sacos de plásticos leves.
Em declarações à Lusa, a diretora da APIP, Isabel Ferreira Costa, manifestou-se preocupada com o impacto da entrada já em vigor da medida, que considerou que deveria ter sido feita de forma faseada.
"Não criticamos a medida, mas o facto de ter sido abrupta, em vez de ter sido faseada para que todos, fabricantes e consumidores, se pudessem adaptar", disse.
"A lei saiu sem haver uma consulta prévia e equilibrada à indústria para saber os prós e contras", adiantou Isabel Ferreira Costa, acrescentando que ainda há indefinições.
E alertou que existem empresas, nomeadamente as mais pequenas, que usam intermediários para exportar os seus sacos, que podem "ter de parar para já".
Isto porque há falta de informação sobre "como vão proceder os intermediários ou armazenistas para revenderem [o produto] para o estrangeiro", disse.
A APIP está desde 22 de janeiro à espera que o departamento dos serviços de impostos especiais ao consumo deem resposta sobre como é que estes intermediários podem resolver a situação e "até agora não tivemos resposta", como também as "próprias alfândegas regionais não têm resposta" para as questões colocadas, explicou.
"Estamos extremamente preocupados com toda a cadeia", nomeadamente a que está mais abaixo, confessou.
Em relação à recolha de stocks de sacos de plástico leves, a diretora da APIP disse que nenhum dos associados aceitou a devolução da parte dos retalhistas.
Atualmente, a APIP conta com cerca de 30 associados que produzem sacos de plástico.
Isabel Ferreira Costa questionou ainda como é que o pequeno retalho, incluindo os talhos, farmácias ou mercearias, vai lidar com o stock de sacos de plástico leves que têm, uma vez que "não podem cobrar ao consumidor".
Em relação às pequenas empresas, lembrou que estas "não têm capacidade financeira para comprar maquinaria nova", admitindo que "há empresas que poderão encerrar".
"A indústria precisava de ter tido um tempo de adaptação", disse.