<p>Uma onda de pânico é a definição dos analistas para o que se viveu ontem de manhã na bolsa portuguesa, depois da correcção em baixa (dois níveis abaixo) da classificação da dívida portuguesa. </p>
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O caos nos mercados agravou-se, também, com as notícias de que a Alemanha afinal não estaria na disposição de ajudar na recuperação da economia grega, o que levantou de novo a possibilidade de contágio às economias europeias "menos bem comportadas, como é o caso de Portugal", explica Vasco Balixa da equipa de gestão de património da Sartorial-Ok2Deal.
"O que se registou logo de manhã foi uma pequena amostra do que pode vir a acontecer nos mercados, se a situação da dívida pública portuguesa se agravar e se a União Europeia não avançar com uma ajuda efectiva à Grécia", alerta Vasco Balixa.
O PSI 20 caiu ao início do dia 6% e regressou às subidas ao final da manhã (1,75%), devido ao anúncio do Governo português e do maior partido da Oposição, PSD, de que vão fazer de tudo para controlar a dívida portuguesa, mas sobretudo graças à Alemanha que veio dizer que vai contribuir para a resolução dos problemas financeiros da Grécia. O PSI 20 fechou a perder 1,89%.
"Os investidores de manhã entraram em 'pânico de venda'", adianta Paulo Rosa, trader da Gobulling, do Banco Carregosa, porque Portugal passou de "um "rating" negativo para um ainda mais negativo", na classificação da Standard & Poor´s. Mas, refere Paulo Rosa "pode vir a ser criada maior ansiedade no mercado nacional, caso outras casas de 'rating' revejam a sua classificação também em baixa".
Os investidores, sobretudo os que recorrem ao crédito para a compra de acções, são os mais prejudicados nestes casos. "Quando as cotações ficam abaixo do valor de cotação inicial os bancos fecham as posições e lançam as acções no mercado a um valor mais baixo", explica Paulo Rosa, recomendando aos investidores que sejam "cautelosos e criteriosos" na hora de investir.