O líder da Juventude Popular defendeu, esta quarta-feira, que a proposta de Orçamento tem de ser alterada e que é preciso cortar mais na despesa, porque "os portugueses não percebem" impostos "tão elevados" quando o Estado não dá o exemplo.
Corpo do artigo
"No nosso entender esta proposta não apresenta os cortes na despesa que deveria, são feitos cortes mas não são significativos, não se vê uma vontade de mudar e cortar nas despesas reais do Estado, continua-se a gastar milhões de euros em consultorias externas, fundações, institutos e PPP e os portugueses não percebem porque é estão sujeitos a taxas tão elevadas de impostos quando o Estado podia fazer ainda mais cortes", afirmou Miguel Pires da Silva, em declarações à agência Lusa.
Neste ponto, o líder da JP salientou que o Orçamento "não pode ser fechado a alterações" e que estas "devem e têm que acontecer".
O dirigente centrista considerou que "antes de se aumentar a carga fiscal têm de se aliviar as despesas do Estado que não são essenciais".
"Isso não foi ainda feito, esperemos que nas negociações que vão decorrer no Parlamento estas medidas possam ser efetivadas", disse.
"Portugal vive hoje uma situação extraordinária e que exige medidas extraordinárias", reforçou o presidente da JP.
No mesmo sentido, Pires da Silva defendeu que "o Estado tem de dar o bom exemplo ao nível da governação e da boa gestão" e sublinhou que "esses exemplos existem em Portugal", referindo o seu caso pessoal.
"Eu trabalho como vereador numa câmara municipal [Ponte de Lima] bem gerida, que cortou no que não era essencial a tempo, tem os custos controlados e faz todos os anos uma gestão rigorosa dos dinheiros públicos", assinalou.