A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, manifestou-se, esta sexta-feira, satisfeita com "a decisão da Itália de convidar o FMI a intensificar" a sua vigilância sobre as contas públicas italianas.
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Numa declaração escrita enviada à imprensa após o final da cimeira do G20, que se concluiu, esta sexta-feira, em Cannes (Sul de França), Lagarde saudou "a determinação dos líderes da zona euro" em enfrentar "os tremendos desafios" com que se depara a economia mundial.
Lagarde congratulou-se com o pedido italiano para que o FMI "intensifique a vigilância", de forma a apoiar "as relevantes medidas tomadas pelo governo [de Roma] tanto em termos de consolidação fiscal como de reformas estruturais".
A directora do FMI salientou, ainda, que falta "credibilidade" às medidas de consolidação orçamental anunciadas pela Itália.
"O problema, que foi claramente identificado tanto pelas autoridades italianas como pelos seus parceiros, é a falta de credibilidade das medidas que foram anunciadas" pelo Governo de Roma, disse Lagarde.
A directora-geral do Fundo não especificou, contudo, qual será a modalidade desta "vigilância intensificada" - se poderia assumir, por exemplo, o formato de avaliações trimestrais, como se regista atualmente em Portugal.
Na mesma conferência de imprensa, Lagarde também desmentiu o primeiro-ministro italiano. Silvio Berlusconi disse hoje que o seu governo rejeitou uma oferta de ajuda financeira do FMI; Lagarde, segundo a agência Bloomberg, afirmou que o Fundo não ofereceu financiamento à Itália.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, confirmara, esta sexta-feira, ter pedido ao FMI para acompanhar as contas de Itália, mas acrescentou ter rejeitado apoio financeiro da instituição sedeada em Washington.
Na sua declaração, Lagarde também saudou o "empenho do G20 em garantir que o Fundo continuará a ter recursos adequados para cumprir o seu papel sistémico".
No entanto, a dirigente francesa não especificou que passos serão tomados nesse sentido.
As declarações finais dos líderes presentes na cimeira levantaram alguma confusão sobre o reforço dos recursos do FMI: o presidente do Conselho Europeu, Herman von Rompuy, disse, esta sexta-feira, que os líderes do G20 concordaram em aumentar os recursos do Fundo para conter a crise da dívida europeia, embora sem ter chegado a uma decisão sobre como fazê-lo. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o G20 não tomou nenhuma decisão sobre o reforço do FMI.