A Comissão de Trabalhadores (CT) da Metro do Porto classificou esta quinta-feira como "lamentável" que em todo o processo para a concessão da empresa ninguém se tenha ainda preocupado com o futuro dos funcionários.
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"Ninguém se dignou até agora a comunicar à CT o que se está a passar", criticou Nuno Ortigão à Lusa, quanto questionado sobre a decisão do Governo, que hoje aprovou, em Conselho de Ministros, a concessão da Metro do Porto e Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) a privados.
Segundo o membro da CT, "é lamentável que se esteja a resolver tudo e mais alguma coisa - e o PSD que fica tão contente por estarem salvaguardados os contribuintes -, e ninguém se preocupe com o futuro dos funcionários da empresa", frisou.
Nuno Ortigão referiu que os cerca de 80 quadros da Metro do Porto não sabem se haverá extinção de postos de trabalho nem se haverá mudanças quanto ao vínculo laboral, uma vez que a empresa passará para as mãos de privados.
"Nós nunca fomos informados pela administração do que se está a passar. Isto é um verdadeiro atropelo aos próprios estatutos da CT. Somos totalmente ignorados", concluiu.
No final do Conselho de Ministros, o ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou que o executivo espera poupar 13,5 milhões de euros em indemnizações compensatórias com estas concessões em 2015, às quais se somarão 43 milhões com as concessões dos transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa.
A concessão será por um mínimo de sete anos e um máximo de dez, adiantou o ministro.
Já o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, deu a garantia de que "não haverá nenhuma subida de tarifas para lá da inflação".
O Governo espera concluir o processo de concessão das duas empresas de transporte público do Porto entre novembro e dezembro e prevê lançar o processo relativo aos transportes de Lisboa dentro de dois meses e concluí-lo no início de 2015.