Saída temporária de Travis Kalanick acontece depois da divulgação dos resultados das investigações à empresa.
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O presidente executivo da Uber, Travis Kalanick, vai tirar uma licença sem vencimento. Foi o próprio CEO da empresa que comunicou a informação aos funcionários esta terça-feira. O líder da Uber estará fora da empresa por tempo indeterminado depois de ter sido divulgado o resultado da investigação conduzida pelo antigo procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder.
"Durante o período interino, a equipa de liderança irá assumir a empresa. Estarei disponível tanto quanto for necessário para tomar as decisões mais estratégicas, mas estarei a torná-los mais poderosos para serem decisivos e a empresa seguir em frente de forma suave. É difícil determinar um período [de ausência] - poderá ser mais ou menos tempo do que estão à espera", referiu Travis Kalanick em mensagem enviada aos funcionários e citada pelo portal TechCrunch.
No mesmo dia, foram divulgados os resultados da investigação independente lançada na sequência da denúncia de casos de assédio sexual na empresa. O grupo de trabalho encabeçado por Eric Holder recomenda que a Uber tenha em atenção em quatro aspetos: compromisso da equipa de liderança, confiança, transformação e responsabilidade.
Seguem-se abaixo as principais propostas deixadas pelo inquérito interno, difundo pelo "The New York Times":
Mudanças na liderança
Travis Kalanick deve partilhar algumas das responsabilidades com outros membros da administração. A Uber deve procurar um novo responsável de operações que tenha tarefas devidamente separadas do CEO. O conselho de administração deve contar com mais membros independentes e poderá mesmo ser presidido por alguém independente. Um destes administradores deve mesmo ser supervisionar o cumprimento das recomendações. A equipa de liderança da Uber deve ainda ter formação específica para gerir empresa e que deve ser dada por um "coach".
Mais diversidade
A Uber deve contar com mais empregados de diferentes origens, géneros, religiões, raças, idades e culturas. Estes funcionários devem ter uma maior ligação com os aspetos da organização da empresa.
Reforçar proibição de discriminação e assédio
A empresa deve atualizar as políticas relativas à discriminação e assédio na empresa, mesmo que não sejam ilegais. Estas políticas devem ter aplicadas de forma consistente em toda a estrutura da empresa e sem tratamentos especiais. Tolerância zero. Além disso, devem ser proibidas as relações românticas ou íntimas entre colaboradores, porque a Uber não pode tolerar qualquer forma de assédio, discriminação e vingança.
A investigação às práticas da Uber foi desencadeado depois da denúncia de alegado assédio sexual por parte de uma antiga trabalhadora da empresa.