Mais de metade dos jovens desempregados não aparece nas estatísticas oficiais de emprego porque já desistiram de procurar trabalho, declarou, esta terça-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
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O desemprego entre jovens de 15 a 24 anos está nos 22,6% para a média dos 30 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - sete pontos mais que em 2007. Em alguns países, contudo, a situação é muito mais grave: em Espanha e na Grécia a taxa ultrapassa os 50%, em Portugal está nos 36,1%, mas mesmo assim a taxa de desemprego "não reflete toda a realidade", alerta a OCDE.
"Muitos jovens que abandonaram o sistema de ensino deixaram de aparecer nas estatísticas de emprego", lê-se num comunicado da organização, estimando em 23 milhões o número de jovens sem trabalho. "Mais de metade desistiu de procurar por emprego", afirma o documento.
Para a OCDE, há "uma preocupação crescente de que uma proporção significativa e cada vez maior da população esteja em risco de um desemprego ou inatividade prolongados".
A OCDE lançou um apelo aos ministros do Trabalho do G20 - que estarão reunidos na quinta-feira no México - para que concentrem os seus esforços na criação de emprego para os jovens. "Os governos devem tratar deste problema social e económico com ações determinadas e concretas", afirmou Angel Gurría, secretário-geral da OCDE.
Propostas
Entre as medidas concretas que a OCDE propõe está a redução das contribuições para a segurança social dos empregadores ou subsídios salariais para quem contrate jovens.
A OCDE também defende o reforço de programas de estágios e formação.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na quarta-feira os seus números atualizados sobre o mercado de emprego, com dados para o primeiro trimestre deste ano.