
Mais de três mil pessoas desfilaram, este sábado, pelas ruas de Braga naquela que foi a passagem de testemunho, de Viana do Castelo para Braga, da marcha contra o empobrecimento. Mobilizada pela CGTP, a iniciativa vai percorre várias cidades do país durante esta semana.
A marcha, que teve começo na Arcada, cerca das 15 horas, terminou complexo Grundig onde se distribuíram cravos. A iniciativa da CGTP mobilizou trabalhadores para manifestações em Faro, na Guarda, em Viana do Castelo e Vila Real e em Portalegre.
Durante toda a semana o protesto passará pelo Porto (domingo), Bragança, Viseu e Beja (terça-feira), Castelo Branco e Évora (quarta-feira), Aveiro e Setúbal/Litoral Alentejano (quinta-feira).
O desafio foi lançado na segunda-feira pelo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que tem defendido a demissão "imediata" do Executivo de Pedro Passos Coelho, alertando para que o país "caminha, a passos largos, para o abismo".
O secretário-geral da central marca presença no primeiro dia em Viana do Castelo e Braga, informou a CGTP, que pretende concluir a marcha em Lisboa, a 13 de abril, com uma "grande manifestação aberta a todos".
Joaquim Daniel, da União de Sindicatos de Braga, aproveitou a iniciativa, em Braga, para anunciar uma mobilização geral do distrito para lutas marcadas para o 25 de abril e 1 de maio. "A população tem vindo a aderir a ações de protesto contra estas políticas", avançou.
Joaquim Daniel, responsável da USB, que considera que a população está a ser vítima das atuais políticas, que geram sacrifícios sem nenhum resultado. "Pelo contrário, o único resultado é cada vez pior. Não resolvem nenhum problema".
O líder sindical afirma que só em 2012, e no distrito de Braga, encerraram 807 empresas - mais 222 empresas que no ano de 2011 - registando assim um aumento de 38%. "Este ano, e só até ao dia 28 de março, já entraram em processos de encerramento 169 empresas", anuncia Joaquim Daniel, indiciando que se trata de um novo recorde e que o desemprego vai pelo mesmo caminho.
"Desde julho de 2011 para cá, o total de desemprego atinge hoje 72 mil pessoas e destes somente 44% recebem prestação de desemprego", lamenta Joaquim Daniel, que considera que o distrito de Braga está "cada vez mais pobre todos os dias".
