O presidente do Conselho para a Promoção da Internacionalização, Francisco Van Zeller, desvalorizou a aplicação de mais meia hora de trabalho no sector privado, considerando que não terá qualquer impacto.
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"A meia hora não fará nada", a não ser que esteja "ligada ao banco de horas", sublinhou Francisco Van Zeller, à margem da II Conferência Antena 1/Jornal de Negócios, sobre o Estado e a Competitividade da Economia portuguesa.
O responsável disse que essa meia hora a mais "é terrível", nomeadamente para as mulheres. "Pode ser negociada em termos semanais ou mensais", defendeu.
Questionado sobre a não aplicação da redução da taxa social única, Francisco Van Zeller disse que com o facto de ter sido rejeitado que esta fosse aplicada sectorialmente, a taxa "assim morreu".
Instado a comentar a frase do ministro da Economia de que "há mais vida para além da austeridade", Van Zeller disse que gostaria de saber em que se baseia o governante. "Há um papel de comunicação" que o Ministério tem de assumir, no sentido de indicar quando e como pretende concretizar medidas que impulsionem a economia.
De acordo com a proposta de lei do OE para 2012, que foi na segunda-feira entregue na Assembleia da República, os trabalhadores do sector privado vão cumprir mais meia hora por dia de trabalho nos próximos dois anos.
Entre outras medidas, será ainda suspenso o pagamento dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos, reformados e Sector Empresarial do Estado durante o período de vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira.
Por outro lado, o congelamento nominal dos salários dos trabalhadores da função pública e das empresas públicas é para continuar no próximo ano, bem como o impedimento de consequências financeiras associadas a promoções e progressões nas carreiras. Assim, a redução média de cinco por cento dos salários do sector público aplicada em 2011 irá manter-se em 2012.
Além da redução de salários, o Orçamento para o próximo ano contempla ainda uma redução de trabalhadores na ordem dos 2%, o que irá permitir uma poupança de 0,3% do PIB.