Maquinistas da CP acordam aumentos salariais para todos os trabalhadores e suspendem greve
A greve da CP prevista até ao dia 14 de julho foi desconvocada, esta sexta-feira à noite, na sequência de um acordo que engloba aumentos salariais e do subsídio de refeição para todos os trabalhadores da empresa.
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A notícia foi avançada, em comunicado, pelo Ministério das Infraestruturas. A nota, enviada às redações, esclarece que, na sequências das negociações entre a CP e o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), mediadas pela secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, foi possível chegar, esta sexta-feira, "a um acordo sobre várias matérias laborais". O aumento dos salários e do subsídio de refeição para todos os trabalhadores foi um dos pontos definidos.
O Governo refere que o SMAQ decidiu, por isso, suspender a greve, que teve início na quinta-feira e deveria prolongar-se até 14 de julho.
Já a CP salientou, em comunicado citado pela Lusa, que as partes chegaram "a um acordo quanto ao regulamento de carreiras", sublinhando que a suspensão da paralisação tem efeitos imediatos.
"O acordo agora alcançado é extensível a todas as categorias profissionais da CP, garantindo que todas as áreas da empresa beneficiem das melhorias acordadas. Gostaríamos de expressar o nosso agradecimento ao SMAQ pela postura de diálogo e entendimento demonstrada ao longo das negociações. A cooperação e a abertura ao diálogo foram fundamentais para alcançar este consenso, que promove o bem-estar dos trabalhadores e a eficiência da CP", destacou ainda a empresa.
A greve dos trabalhadores da Comboios de Portugal levou hoje à supressão de 934 comboios dos 1247 programados (74,9%) entre a meia-noite e as 22 horas, segundo dados enviados à Lusa pela empresa.
Os serviços mínimos previam a circulação de 318 comboios, tendo circulado 313.
O secretário-geral da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, tinha afirmado, esta noite, que a greve "paralisou praticamente a empresa em todos os setores de atividade". Na origem do descontentamento, explicou, estão os salários de entrada baixos, "muito próximos do salário mínimo nacional", bem como uma diferença reduzida entre a base e o topo da carreira para os trabalhadores da CP, que ronda os 100 euros.