As marcas que foram multadas, na quarta-feira, pela Autoridade da Concorrência por suspeita de fixação de preços, repudiaram as acusações e vão recorrer para tribunal.
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Esta quarta-feira, a Concorrência adiantou que foi aplicada uma coima "no valor total de mais de 92,8 milhões de euros" à Super Bock Bebidas, Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan Retail Portugal, ITMP Alimentar (Intermarché Portugal) e a duas pessoas singulares.
Em reação, a Super Bock Bebidas repudiou a multa superior a 33 milhões de euros que lhe foi imposta, garantindo que cumpre a Lei e que vai recorrer da decisão. A empresa "repudia a decisão de condenação divulgada pela AdC [Autoridade da Concorrência], que advém de uma acusação que a empresa considera infundada", apontou em comunicado, garantindo que vai recorrer da decisão para o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.
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A mesma resposta tiveram, o Pingo Doce o Continente e a Auchan. O Pingo Doce garantiu ser "totalmente infundada" a coima de 20,4 milhões de euros e garantiu que, "por discordar em absoluto de tal decisão, que reputa de totalmente infundada e profundamente imerecida à luz do trabalho consistente que desenvolve para levar diariamente aos consumidores portugueses os melhores preços e as melhores promoções, o Pingo Doce irá impugnar judicialmente esta decisão e usar de todos os meios ao seu alcance para defender a sua reputação e repor a verdade dos factos", refere a cadeia de supermercados do grupo Jerónimo Martins, numa nota enviada à agência Lusa.
Por sua vez a Auchan também refutou "totalmente" ter participado num esquema de fixação de preços, conforme determinado pela Autoridade da Concorrência, que multou a cadeia de supermercados em 3,463 milhões de euros, e anunciou que vai "recorrer judicialmente" da decisão.
"A Auchan refuta totalmente as práticas que lhe são imputadas pela Autoridade da Concorrência na Decisão Final no âmbito de processos contraordenacionais e irá recorrer judicialmente da decisão adotada, exercendo naturalmente os direitos previstos na Lei da Concorrência", refere a Auchan Retail Portugal numa declaração oficial.
No mesmo sentido, a Sonae MC vai recorrer judicialmente da condenação, rejeitando "qualquer concertação" e considerando "inexplicável" a coima de 27,48 milhões de euros.
"A Sonae MC repudia, em absoluto, esta decisão de condenação, manifestamente errada e infundada, e rejeita a acusação de envolvimento da sua participada [Modelo Continente Hipermercados] em qualquer acordo ou concertação de preços, em prejuízo dos consumidores, bem como a aplicação de qualquer coima, cujo valor é, aliás, inexplicável a todos os títulos", sustenta numa nota enviada hoje à agência Lusa.