No dia em que se soube que o financiamento dos bancos portugueses junto do BCE atingiu novos máximos, Peter Praet, responsável do BCE, admitiu que a banca está sob pressão, mas realçou que o ajustamento está em curso.
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"O sistema bancário em Portugal está sob uma pressão severa e o Banco Central Europeu (BCE) está a fornecer liquidez aos bancos, que por seu turno, se estão a ajustar à situação", afirmou aos jornalistas Peter Praet, membro do comité executivo do Banco Central Europeu (BCE), à margem de um evento em Lisboa.
"É uma situação difícil e o setor bancário está a ajustar-se", reforçou o responsável, que se deslocou à capital portuguesa para participar na conferência "Tendências e desenvolvimento de reforma da regulamentação financeira na União Europeia (UE) e nos Estados Unidos da América (EUA)", promovida pela Faculdade de Direito de Lisboa, em parceria científica com o Banco de Portugal e o Instituto de Seguros de Portugal.
Os bancos portugueses já devem mais de 60 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal, voltando a marcar um novo máximo histórico.
Os bancos residentes em Portugal deviam no final de junho 60502 milhões de euros ao BCE, batendo o máximo histórico de há dois meses.
Peter Praet consideou ainda que o ritmo de implementação do programa de ajustamento em Portugal "é notável".
"Globalmente podemos dizer com satisfação que o que o programa está em andamento, apesar das grandes dificuldades causadas pelo ambiente que se vive na Europa. Mas o que vimos em Portugal até agora, no que diz respeito à implementação do programa, é notável", disse o responsável do BCE.