A chanceler alemã, Angela Merkel continua a recusar a emissão de títulos da dívida pública conjuntos de países da zona euro, os chamados 'eurobonds', mas vai examinar a iniciativa do presidente da Comissão Europeia neste sentido.
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No habitual 'briefing' com jornalistas em Berlim, o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, anunciou que Merkel irá analisar a proposta de Durão Barroso numa reunião que terá na quinta-feira, em Estrasburgo, com o presidente francês Nicolas Sarkozy e o novo primeiro-ministro de Itália, Mario Monti.
"Podem estar certos de que nesse encontro será debatido tudo", afiançou Seibert, sublinhando, porém, que o governo federal "não considera os 'eurobonds' o remédio para todos os males" na solução da crise das dívidas soberanas.
"É melhor combater as causas da crise", acrescentou Seibert.
Vários jornais europeus, incluindo o alemão Sueddeutsche Zeitung, noticiaram hoje que Durão Barroso quer propor na quarta-feira três variantes para a introdução de 'eurobonds'.
Uma das propostas consiste nos 'eurobonds' clássicos, com garantias a dar por todos os Estados do euro, outra na emissão de 'eurobonds' com garantias limitadas a uma determinada soma da dívida, e uma terceira proposta do presidente da Comissão que prevê uma emissão conjunta, mas com garantias dos títulos da dívida a serem concedidas país a país, segundo a mesma imprensa.
As duas primeiras variantes, segundo peritos em assuntos europeus, implicaria uma considerável alteração dos tratados em vigor, que proíbem que um país do euro assuma dívidas em nome de outro país da moeda única.
A terceira variante pode ser implementada sem mexidas nos tratados, e também é adequada para combater a actual crise, segundo as mesmas fontes.