A chanceler alemã, Angela Merkel, está decidida a evitar a "todo o custo" a saída da Grécia da zona euro, com receios de contágio a outros Estados-membros, diz a revista semanal alemã Der Spiegel.
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A edição desta semana, que será publicada esta segunda-feira, cita palavras de Merkel a "colaboradores próximos", tendo a chanceler garantido que "tem de ser encontrada uma solução" para a Grécia e a manutenção do país na moeda única.
A Der Spiegel assinala que Merkel está consciente de que um abandono da Grécia da moeda única representaria perdas alemãs de 62 mil milhões de euros em ajudas, para lá de todo o impacto político que poderia advir da situação.
Nesse sentido, o Governo alemão, escreve a revista, "não descarta" um cenário de coletivização da dívida da zona euro para "estabilizar" Itália e Espanha, uma novidade na posição de Berlim.
Angela Merkel tem rejeitado insistentemente, por exemplo, a emissão de "eurobonds", títulos conjuntos da dívida pública entre países da moeda única, considerando-os "o caminho errado" para resolver a crise atual.
O Banco Central Europau (BCE) anunciou na quinta-feira um programa de "Transações Monetárias Diretas" para a aquisição de obrigações de países da zona euro no mercado secundário de dívida soberana, num montante "sem limites".
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que este programa de "Transações Monetárias Diretas" ("Outright Monetary Transactions", na expressão em inglês) se destinará a obrigações entre um e três anos, ou de maturidades mais longas mas que vençam num prazo até três anos.
Estas aquisições, acrescentou Draghi, estarão sujeitas a "condicionamentos rigorosos".
O BCE só irá adquirir dívida de países que estejam sob "um programa de ajustamento macroeconómico total [como sucede na Grécia e também em Portugal] ou de um programa preventivo, desde que este inclua a possibilidade de aquisições da parte" dos mecanismos europeus de estabilidade.