Os juros exigidos pelos investidores no mercado secundário para deter títulos de dívida soberana de Portugal, Grécia e Irlanda estão a agravar-se após o ministro das Finanças da Alemanha admitir reestruturações de dívida antes de 2013.
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As 'yields' exigidas para deter os títulos de dívida portugueses estão a agravar-se em todas as maturidades, negociando em oito maturidades acima dos 9%, e estando perto dos 10,5% no prazo a cinco anos.
Nos prazos mais curtos, o agravamento é pronunciado, com as 'yields' nos seis meses a negociarem nos 6,299 por cento, a um ano nos 7,773% e a dois anos já nos 9,328 por cento, de acordo com os dados disponibilizados pela Bloomberg.
A dez anos, a taxa exigida pelos investidores para deter títulos com esta maturidade atinge já os 8,89%, estando também perto dos 9% no prazo a quinze anos.
Na dívida grega, a subida é mais pronunciada, depois do ministro alemão das Finanças Wolfgang Schaüble ter admitido a reestruturação da dívida soberana grega antes de 2013, desde que numa base voluntária.
As maiores subidas verificam-se nas maturidades a três anos (aumento de 1,008 pontos percentuais face ao fecho de quarta-feira) e a dois anos (aumento de 0,908 pontos percentuais), atingindo já os 19,22 por cento e 17,840 por cento, respectivamente.
Os juros exigidos para deter dívida grega superam os dez por cento em dez prazos, superando mesmo os 15 por cento em quatro prazos.
Curiosamente, os investidores exigem exactamente o mesmo juro (6,299 por cento) para deter a dívida grega e portuguesa com maturidade a seis meses.
No que diz respeito à dívida irlandesa, a subida não é tão pronunciada como no caso grega mas regista-se em praticamente todos os prazos (com excepção da maturidade a dois anos que diminuía ligeiramente), com maior expressão no prazo mais curto, neste caso, a maturidade a um ano, que sofria um agravamento de 0,398 pontos percentuais para 5,947%.