Ministro da Economia quer mais investimento angolano, moçambicano ou brasileiro
O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, defendeu, esta terça-feira, que Portugal precisa de mais investimento angolano, moçambicano, brasileiro ou de outros países da CPLP, que se traduzam em "parcerias estratégicas" e crescimento económico.
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"Gostaria de ver cada vez mais investimento angolano em Portugal, investimento moçambicano, brasileiro e de todos os outros países da CPLP", disse o ministro na apresentação do projeto "Lusofonia Económica - Plataformas CPLP".
"Quando começarmos a ter mais investimento desses países e começarmos a ver o desenvolvimento de parcerias e empresas conjuntas dos diversos países, só aí vamos realizar a CPLP de forma integral", adiantou o ministro.
O projeto que envolve a AICEP, Associação Industrial Portuguesa e Elo - Associação Económica para o Desenvolvimento e Cooperação, é para Santos Pereira "da maior importância" por promover "parceria e reciprocidade" na atividade empresarial entre os oito.
Vários participantes na conferência sublinharam a possibilidade de parcerias entre empresas portuguesas e de outros PALOP para investimentos nas comunidades económicas que estes integram, como a da África Austral (Angola, Moçambique), CEDEAO (Guiné-Bissau) ou Mercosul (Brasil).
O "grande potencial económico" do espaço lusófono só pode ser realizado "se os empresários estiverem dispostos a abrir as portas a empresas de outros países", tal como Portugal está disposto a abrir as portas ao investimento da CPLP, disse o ministro.
"Grande parte do crescimento económico de Portugal terá de vir da chamada lusofonia económica", adiantou.
"Quer estejamos a falar na área das infraestruturas, da energia, geológica, sindical, parcerias também entre empresas e redes de negócios estamos a falar de dar o músculo económico que a CPLP não tem tido e gostaríamos de impulsionar", adiantou.
Em particular, disse, faltam "planos conjuntos de internacionalização" e "plataformas concretas com objetivos e planos de ação para os próximos anos", além de "redes de negócios fortes no âmbito da lusofonia e CPLP".
Angola, a par da China, foram os mercados para onde mais cresceram as exportações portuguesas no ano passado, permitindo compensar quebras em mercados tradicionais como os da União Europeia, onde as economias estão em situação de estagnação ou recessão, na sua maioria.
Santos Pereira lembrou que as exportações para os países CPLP já foram ainda mais importantes no passado, na ordem de 25%.
"Acima de tudo, existe imensa margem para aumentarmos parcerias económicas, redes de negócios, negócios conjuntos entre diversos países numa parceria de reciprocidade e parceria estratégica entre os nossos países", adiantou.
Sublinhou que as economias lusófonas "têm complementaridades", e hoje "estão criadas as condições para o aprofundamento e institucionalização da dimensão económica da CPLP, 15 anos depois da sua criação".
Isto depois da 1ª reunião de ministros do comércio CPLP, em Luanda, lançamento de reuniões ministeriais anuais e contactos permanentes, estando para "breve" a "aprovação do plano de ação de cooperação económica e empresarial".
José Eduardo Carvalho, presidente da AIP, defendeu que, para a "sobrevivência" do setor dos bens transacionáveis portugueses, os mercados lusófonos são "fulcrais".