Ministro da Economia rejeita críticas do PCP e diz que reformas "fomentam contratação"
O ministro da Economia rejeitou, esta quarta-feira, as acusações do PCP segundo as quais as reformas na legislação laboral que o Governo pretende implementar apenas servem ao patronato, prejudicando os trabalhadores, e defendeu que estas "fomentam a contratação", não o inverso.
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Álvaro Santos Pereira, que está a ser ouvido na comissão de Orçamento e Finanças, Segurança Social e Trabalho, foi acusado pelo deputado comunista Jorge Machado de querer implementar uma legislação laboral em linha com a vontade do patronato, prejudicando assim os trabalhadores.
Recorrendo à linguagem futebolística, Santos Pereira afirmou que "não há empregos sem empresas, não adianta ter uma boa defesa se não existe um bom ataque".
"As empresas são como o futebol, trabalha-se em equipa. Para as empresas vencerem é preciso ter bons empresários. Não está em questão questões classistas. Sabemos bem o que aconteceu na União Soviética ou em Cuba", ironizou Santos Pereira em resposta a Jorge Machado.
O ministro da Economia Lembrou ainda que o país está "numa situação de emergência nacional" e que exige "uma atitude de responsabilidade".
E reforçou: "Para termos mais emprego precisamos de empresas e retóricas exacerbadas ou ameaças de rua não nos conduzem a lado nenhum".
O deputado do PCP acusou o governante de "colocar o país a um nível subdesenvolvido" e de ceder "em toda a linha" com o patronato.
"Com o seu Orçamento do Estado (OE2012) vai agravar o desemprego, é um desastre económico e social, teremos a taxa mais elevada desde o 25 de Abril em Portugal", acusou o PCP.
Para a bancada comunista, pela voz de Jorge Machado, "em vez de medidas para resolver este problema, o OE2012 faz o contrário e aumenta a recessão".
Acusou ainda Santos Pereira de ter um único objectivo nas alterações à legislação laboral, o de "prejudicar quem trabalha".
"É a lei da selva da legislação laboral", acusou Jorge Machado.